Escrito por Sandro Guidalli
| 25 Julho 2012
Artigos
Em
entrevista para o site Fé em Jesus, o escritor, psicanalista e
colunista do MSM Heitor De Paola abordou, dentre outros assuntos, a
tirania pró-gay e marxistóide do Conselho Federal de Psicologia, o “kit
gay” nas escolas e as conseqüências psicológicas terríveis que sofrem as
mulheres que abortaram seus bebês. A entrevista foi conduzida pelo
jornalista Sandro Guidalli.
Leia
abaixo a entrevista com o psicanalista, membro da Boyer House
Foundation (Berkeley, Califórnia), e do Board of Directors da Drug Watch
International. Heitor de Paola possui trabalhos publicados no Brasil e
exterior.
Na
entrevista, ele também aborda o avanço das políticas em favor dos
homossexuais, a tirania do Conselho Federal de Psicologia e o kit gay.
Fé em Jesus
- Em recente audiência pública na Câmara dos Deputados, a psicóloga
Marisa Lobo, acusada por ativistas homossexuais de propor a "cura gay"
voltou a ser hostilizada por criticar resoluções do Conselho Federal de
Psicologia que proíbem estes profissionais de atender quem deseja mudar
sua orientação sexual. Como o senhor avalia essa polêmica? O senhor
acredita que alguém pode receber tratamento para deixar de sentir
atração pelo mesmo sexo?
Heitor de Paola
- Tenho que dividir a resposta em duas. Em primeiro lugar a própria
existência desses conselhos profissionais que foram fundados com a
expressa função de orientar profissionais de sua área, avaliar processos
de natureza ética e autorizar novas técnicas é questionável. O que se
dizia pretender era a melhor organização da profissão, mas na verdade
durante alguns anos funcionaram como guardiões de reserva de mercado.
Desde a tão decantada ‘redemocratização’ estão totalmente politizados,
transformaram-se em sindicatos.
Aqui no Rio, p. ex., o
Sindicato dos Médicos está esvaziado por falta de filiados em número
suficiente para sua manutenção e sobrevivem da famigerada contribuição
sindical obrigatória. Mas a inscrição no CRM é obrigatória por lei, são
entidades ricas e que assumiram as funções sindicais com uma política de
orientação revolucionária. Inscreveram-se, portanto, como ONGs
ativistas. É óbvio que o CFP extrapola de suas funções e opera, neste
caso, como parte do movimento gayzista de imposição de normas de
conduta. Este pessoal tem um medo danado de que algum homossexual deixe
de sê-lo, o que evidenciaria que toda sua cantilena de ‘minorias
perseguidas’, descriminação social e ‘opção sexual’ se mostre mentirosa.
Alguém já se perguntou por que os heterossexuais não se preocupam com
estas coisas? Por que não existem movimentos hetero nem estes querem
impor suas preferências a ninguém? Por que ninguém procura tratamento
para se tornar homossexual?
Quanto
ao problema da homossexualidade, é mais complexo. Devo esclarecer que
não trabalho com o conceito de ‘doença mental’, derivado da psiquiatria,
neste sentido não uso termos como ‘cura’.
A
homossexualidade não é uma opção nem orientação sexual, é uma inversão
do impulso sexual e uma manifestação de um delírio alucinatório que faz
com que uma pessoa de um sexo se sinta, delirantemente, como do outro. É
alucinatória porque o indivíduo, em graus variáveis, se enxerga
possuindo um corpo diferente do seu corpo real.
A
idéia de que existam homossexuais geneticamente formados é uma falácia.
Todos os seres humanos possuem dois pares de cromossomos sexuais: X e
Y. Se na fecundação se originar um ser XX é fêmea, se for XY é macho.
Não existem variações possíveis, com exceção de anomalias como o
hermafroditismo em que a pessoa nasce com órgãos sexuais dos dois sexos,
mesmo assim eles costumam optar por um, opção às vezes muito sofrida.
Mas isto foge à discussão.
É
interessante ressaltar que os gays, tão ciosos de sua condição de
minoria ‘normal’, não admitindo o epíteto de condição patológica, não
hesitam em criar, eles mesmos, uma nova condição psicopatológica para os
que têm outras preferências: “homofobia”. Fobia, termo técnico da
psiquiatria, é usado por eles com o significado de aversão, mas deriva
da palavra grega para medo.
Fé em Jesus
- A mesma psicóloga foi notificada, desta vez pelo Conselho Regional de
Psicologia do Paraná, a remover das suas páginas e perfis na rede
social qualquer menção ao fato de ela ser cristã. Alega o CRP/PR que a
dra. Marisa Lobo faz "proselitismo" ao declarar sua fé em Cristo. Um
parece da OAB/PR considerou a notificação "descabida", além de
inconstitucional por ferir a liberdade de expressão religiosa. Um
profissional declarar a sua fé em alguma crença pode ser considerado uma
infração?
Heitor de Paola
- Obviamente a OAB deu um parecer correto. A psicóloga Marisa Lobo
deveria processar o CRP-PR – e também o CFP. Se não o fizer, estas
estupidezes anticonstitucionais nunca vão parar. Ninguém pode ser
impedido de declarar sua fé - ou falta de – em nenhum local, em nenhuma
circunstância e sob nenhuma alegação. E se for declaração de ateísmo,
pode? Aposto que sim! Note-se o viés revolucionário com a intervenção
inaceitável na liberdade individual.
Eu
iria ainda mais longe: ao tornar pública sua crença ela está deixando
claro o que será encontrado por quem procurá-la, o que é consoante com a
verdadeira ética e permite o direito de livre escolha dos seus
eventuais pacientes. Isto é inaceitável para quem esconde quem realmente
é, pois seus pacientes se arriscam a ‘comprar gato por lebre’.
Os
psicólogos competentes estão em seus trabalhos clínicos ou aplicados e
não têm tempo para participar destas assembleias ‘populares’ permanentes
dos Conselhos, que, então, ficam nas mãos de incompetentes. Esta vem
sendo a situação nos Conselhos de todas as profissões técnicas.
Como
a psicóloga é a mesma e os temas estão relacionados, é claro que
CFP/CRP parece partir do princípio que o grande obstáculo à
homossexualidade são as crenças religiosas. Apenas parece, porque sabem
que ninguém é obrigado a seguir os Mandamentos Bíblicos. Mas há uma
coisa à qual as religiões são poderosos obstáculos: à total dominação
cultural revolucionária. A homossexualidade, aqui, não passa de cortina
de fumaça para atacar as religiões.
Fé em Jesus
- Ainda em relação aos homossexuais, num de seus últimos congressos, a
ABGLT exortou seus participantes a lutar para que os brasileiros
aprendam desde criança a declarar sua homossexualidade além de encarar
com naturalidade a chamada "diversidade". O assunto trouxe à lembrança o
famigerado kit gay. O senhor acredita numa "infância gay"? Como o
senhor avalia a política dos ativistas gays lançada sobre alunos das
redes públicas de ensino?
Heitor de Paola
- Como já disse na primeira pergunta, ninguém nasce gay, nasce homem ou
mulher com sexo geneticamente definido. A palavra sexo é, portanto,
abominada e substituída por ‘gênero’. Ora, gênero é uma qualidade
literária variável de um idioma para outro. P., ex., muitas palavras que
são do gênero masculino em Português são femininas em Alemão. E é
exatamente por isto que querem substituir sexo – que é geneticamente
determinado e imutável – por gênero: um termo vago e variável. O kit gay
e a tentativa de influenciar crianças são uma aberração abominável,
típica de administração revolucionária.
Fé em Jesus -
Em relação a mais nova onda abortista no país, como o senhor avalia o
financiamento, pelo Ministério da Saúde, de convênios e viagens que têm
como objetivo o aprendizado de técnicas do chamado "aborto seguro" e
estudos sobre a despenalização do aborto, conforme recentemente
denunciado por movimentos pela Vida e pela Frente Parlamentar
Evangélica?
Heitor de Paola
- O aborto pode ser seguro para quem? Certamente não para o feto que
será trucidado! E nem para a mãe e provavelmente para o pai. Estes
aborteiros, em função de seu materialismo, só pensam em termos de
manipulação física. As conseqüências psicológicas para a mãe, segundo
minha experiência na clínica – minha e de ouvir colegas – são
devastadoras. Há algum tempo publiquei o relato de uma audiência pública
em que uma centena de mulheres de olhos esbugalhados gritava
histericamente: “Abaixo o Feto”! (http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=309)
Nem em Congressos Nazistas jamais se viu coisa igual! Eles tinham algum
pejo de gritar em público o que decidiam em reuniões de gabinete e
praticavam em segredo.
Há
total coerência com a ideologia comunista deste governo o financiamento
público e os projetos para despenalizar o aborto e, não se surpreendam:
logo virá a despenalização da eutanásia e da manipulação genética
desenfreada, primeiramente a voluntária – como já é na Holanda – e
depois imposta por lei.
Pouco
se fala, mas foi Salvador Allende, comunista, amigo íntimo de Fidel
Castro, fundador da OLAS (Organización Latino Americana de
Solidariedad), e não um nazista, que introduziu no nosso continente a
idéia de eugenia já na sua tese de término do curso médico sobre higiene
mental e delinqüência. Mais tarde, como Ministro de Salubridad do
presidente Pedro Aguirre Cerda (1938-41), redigiu um projeto de lei em
favor da esterilização de doentes mentais aos moldes nazistas. Existem
relatos não confirmados de algumas clínicas - melhor seria dizer antros
abortistas -, que não se desfazem dos fetos abortados, mas vendem para
laboratórios de manipulação genética. Se for verdade, é o comércio mais
macabro desde os campos de concentração nazistas!
Há
um outro ponto controverso em relação ao aborto: a questão de quando
começa a vida? Na fecundação? Aos três meses? Ao nascimento? No meu
entender a vida começou uma única vez e durante a fecundação ela apenas
flui de dois seres - de duas células vivas (gametas), espermatozóide e
óvulo, cada um com 23 cromossomos - para formar um novo. O que se inicia
na fecundação é um novo ser que já é humano por possuir 23 pares de
cromossomos (46), característica exclusiva do organismo humano que já
está presente na primeira célula diplóide (células que se organizam em
pares de cromossomos), o zigoto.
Dela jamais evoluirá outra
coisa que não seja o próprio embrião humano – inicialmente por uma
divisão chamada mitose (formam-se duas células com o mesmo número de
cromossomos). Os gametas por serem células haplóides (possuem a metade
dos cromossomos) fenecem se não houver o encontro.
As
leis da genética não são discutíveis ou modificáveis pela lei civil.
Portanto, geneticamente falando, o aborto em qualquer tempo é um
homicídio. O que a lei civil pode determinar é a partir de qual momento o
ser humano pode ser considerado uma pessoa, com direitos e deveres.
Consequentemente é uma falácia afirmar que algum tribunal possa decidir
em que momento da gestação o embrião ou feto passa a ser considerado um
ser humano. Já o é desde o zigoto. É um ser humano no primeiro estágio
evolutivo que só terminará com a morte. Esta noção é importante também
para as ideias eugênicas e de eutanásia ‘caridosa’.
Fé em Jesus
- Em que pese a então candidata Dilma Rousseff ter negado, durante a
campanha, que faria ações em favor da descriminalização do aborto, o
tema parece não ter saído da agenda governamental. O governo diz uma
coisa, mas realiza outra?
Heitor de Paola - Sem dúvida! A mentirosa declaração da Dilma candidata foi:
"Sou
pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual
sobre o assunto. Eleita Presidente da República, não tomarei a
iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do
aborto e de outros temas concernentes à família”.
Dilma
não tomou pessoalmente a iniciativa, mas designou a socióloga Eleonora
Menicucci para ministra da Secretaria de Políticas das Mulheres. A nova
ministra, que também integra o grupo de estudo sobre o aborto, fez
apologia do mesmo, relatou ter-se submetido pessoalmente duas vezes a
esta prática e afirmou que levaria para o governo sua militância pelos
“direitos sexuais e reprodutivos das mulheres” expressão eufemística
para abrir espaço ao direito ao aborto. Ela também declarou ter
participado na Colômbia de um curso de autocapacitação para que pessoas
não médicas pudessem praticar o aborto pela técnica da aspiração manual
intrauterina.
Do site Fé em Jesus. (via midiasemmascara)