segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Como Eu vos amei...

Imagem disponível na Internet.


“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
E andai em amor, como também Cristo vos amou,
e Se entregou a Si mesmo por nós,
em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.”
(Efésios 5:1-2)


Sentada, na sala de espera de uma clínica, eu lia um livro para preencher o tempo até que fosse chamada ao consultório, e grifava trechos interessantes do capítulo.

Uma linda menina de 4 anos de idade, mais ou menos, parou de contar as cadeiras vazias da sala e sentou-se ao meu lado quando, de longe, percebeu que eu destampava a caneta fluorescente e parecia escrever com ela nas páginas do livro. Imediatamente, a menina correu até o suporte de revistas no canto da sala, escolheu uma pelas imagens, e pediu aos pais uma caneta. Eles lhe advertiram que ela não poderia riscar as revistas da clínica, mas ela não se conteve.

Sentou-se ao meu lado novamente, tentou observar melhor o que eu estava fazendo, e voltou a insistir com os pais para ganhar uma caneta. Nesse instante, seu pai foi chamado ao consultório. Rapidamente, ela guardou a revista no mesmo lugar de onde a tirou, correu até ele, agarrou-o pela mão e acompanhou-o até a outra sala, lado a lado.

Algumas coisas que nós, adultos, fazemos, são encantadoras para as crianças, pelo que, constantemente, vemos meninos e meninas se esforçando para imitar gestos e comportamentos das pessoas mais velhas. Quando eu era pequena, aproveitava a ausência da minha mãe para calçar seus sapatos de salto alto, me adornar com seus lenços e colares, e ficar dançando e cantando as músicas da Madonna na sala da minha casa.

Depois de adulta, aprendi que Jesus é um exemplo infinitamente melhor para ser imitado, e que não exige adornos nem roupas ou sapatos caros para que nos pareçamos com Ele. Aprendi que somos como crianças diante de Deus, e que muito além de um capricho temos a necessidade de imitá-Lo.

Jesus, numa de Suas últimas conversas com os discípulos, os orientou quanto a isso: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como Eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são Meus discípulos, se vocês amarem uns aos outros.”[1]Ele, que sonda os corações desde sempre, tinha plena consciência de que o amor praticado pelos homens, uns pelos outros, na grande maioria das vezes não se identifica com o amor de Deus.

Jesus amou com altruísmo.
O nosso amor é egoísta.

Jesus amou com sinceridade.
O nosso amor é dotado de sutil falsidade.

Jesus amou com intensidade.
Nosso amor é raso, superficial, momentâneo.

Jesus amou sem interesse.
O nosso amor é interesseiro.

Jesus amou pelo que somos.
Nós amamos os outros pelo que eles têm.

Jesus amou com servidão.
Nós queremos honras por amarmos alguém.

Jesus amou com disposição.
Nós quase sempre somos indispostos, quando o assunto é amar, doar-se e servir.

Existe uma melancolia típica nos finais de ano. É quando muitas pessoas param e fazem um levantamento mais criterioso sobre suas melhoras e conquistas pessoais, e sobre suas pioras e derrotas. E num exame pessoal, a mente escreve na folha do balancete da vida alguns números e sinais que revelam o quanto cada um poderia ter amado mais, se doado mais, servido melhor.

O saldo é sempre um sentimento como de um buraco na alma. Uma sensação vazia como a de metas não alcançadas. Um peso de culpa como quando perdemos o último ônibus porque decidimos comprar uma revista na banca ao lado. Um sentimento de descontentamento como quando o nosso sorvete cai da casquinha.

A boa notícia é que um ano termina e outro ano começa. Então, enquanto temos esse novo tempo, vamos nos esforçar para caminharmos a partir de agora à sombra do Homem de Nazaré. Ele acertou todos os Seus passos porque priorizou as coisas santas e celestiais. Foi o Filho em quem Deus teve prazer[2]. Se tão somente o Senhor olhar atrás Dele e nos enxergar, então, nós também seremos motivo da Sua satisfação.

O doutor me chama. Hora de eu também deixar a sala de espera e ir para o consultório. Não é bem exatamente o último dia do ano, mas alguns acontecimentos no seu decorrer também nos auxiliam nessa importante análise sobre quem somos, o que estamos fazendo, como fazemos e quais são nossas reais motivações.

Com hora marcada, entro na sala de um médico gastroenterologista. Mas você pode entrar na Sala do Trono a qualquer hora que precisar. Como Deus te receberá? Com um sorriso de lado, olhos fulminantes de amor, apontando para uma cadeira num gesto que te convida a sentar-se, enquanto Ele também Se acomoda calmamente noutra bem à sua frente, e com ouvidos prontos a ouvir até os mínimos detalhes do seu relato, diz: “O que te trouxe até aqui?...”

Fonte: http://teamomeujesus.blogspot.com.br/2014/12/como-eu-vos-amei_31.html

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