segunda-feira, 13 de abril de 2015

“Brasil precisa de mais indivíduo e menos estado”, diz jornalista William Waack

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O vencedor do Prêmio Liberdade de Imprensa este ano no Fórum da Liberdade em Porto Alegre foi William Waack, apresentador do Jornal da Globo e, portanto, meu “companheiro” de toda noite antes de dormir. O prêmio é muito justo, e considero Waack talvez o melhor jornalista do país na atualidade. Por isso fiquei muito honrado ao saber que ele é leitor deste blog.
Durante o almoço de abertura do evento, para convidados do Instituto de Estudos Empresariais (e organizador do Fórum), Waack fez um breve discurso que arrancou vários aplausos do público presente. Começou com uma boa tirada, lembrando que já cobriu inúmeras guerras, revoluções ou rupturas, como a queda do Muro de Berlim ou do império soviético, e que portanto estava acostumado e achando tudo muito familiar no Brasil de hoje.
Mas o ponto alto foi quando afirmou categoricamente, frisando que falava como cidadão e pessoa física, não em nome da instituição que lhe emprega, que o Brasil precisa de mais indivíduo e menos estado. Efusivos aplausos. É essa a principal mensagem, não só nas ruas, como de todos aqueles que trabalham e não aguentam mais pagar tantos impostos e ainda serem tutelados pelo estado como se fossem mentecaptos.
Waack reforçou algumas vezes que a saída da nossa crise de representação política passa pelo fortalecimento de nossas instituições democráticas, e que é fundamental ter algum tipo de canalização dessa revolta popular para a organização partidária. Ele já viu vezes o suficiente para ficar alarmado com a constante decepção entre sonhos coletivos e resultados concretos obtidos sem a devida representação política.
Essa mentalidade crescente que ataca toda a classe política, portanto, jogando todos no mesmo saco e misturando o joio e o trigo, é vista com desconfiança pelo jornalista, que lembrou do caso argentino como importante alerta. O povo brasileiro está indignado, e com razão. Mas a saída não é condenar toda a política em si, ou a democracia, e sim fortalecer as instituições e melhorar a questão da representatividade.
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“Democracia direta”, disse, não funcionou em lugar algum do mundo (talvez na Suíça, mas em condições muito peculiares, em ambiente altamente descentralizado, onde não há sequer a figura de um presidente nacional, e com um povo mais educado). O momento delicado urge, então, pelo esforço de solidificar nossas instituições republicanas. Essa deve ser a demanda de todos aqueles que valorizam a liberdade.
PS: Na plateia, na minha mesa, dois políticos que têm feito a diferença, adotando uma postura de legítima oposição ao governo petista, e que, sem dúvida, endossam o grosso da mensagem de William Waack. Falo do deputado Onyx Lorenzoni e do senador Ronaldo Caiado, ambos também leitores deste blog, com muito orgulho.
Rodrigo Constantino

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