quinta-feira, 14 de abril de 2016

A mente da esquerda na visão de um insider

O que eu testemunhei dentro de uma doutrina de mentiras.
Antes de tudo: esqueça os anos 60. Esta situação vem fermentando há mais de 100 anos. Eu nasci em uma família de classe operária socialista na Nova Zelândia em 1960. O socialismo democrático tinha sido estabelecido por reformas populares na década de 1930. Ao final dos anos 50, quase todas as crianças da classe trabalhadora na Nova Zelândia foram criadas como socialista.
Mas nós não chamávamos de socialismo. Nós chamávamos de "direitos dos trabalhadores." Na minha família, meus irmãos mais velhos e eu éramos a terceira geração de socialistas. Nós nunca escolhemos o socialismo, nós o herdamos. No final dos anos 60, a classe média mais nova se juntou a nós.
Foi especialmente na Comunidade Britânica que milhões de pessoas foram criadas por esquerdistas, que foram criados por esquerdistas, que foram criados por esquerdistas, e assim por diante. Algumas famílias de esquerda têm sido assim há mais de um século. Eles se consideram esquerdistas realmente.
Para os milhões criados como esquerdistas, não é uma ideologia é uma cultura. Desde a infância, eles têm vivido e respirado isso todos os dias em casa. Eles não conhecem outra coisa. Como qualquer cultura, é uma maneira de falar, pensar e agir, com suas próprias narrativas e rituais. As narrativas são tidas como sagradas, repetidas, reforçadas e, ao longo do tempo, adicionadas. Aquilo que desafia as narrativas sagradas, até mesmo a própria realidade, é recebida com confusão e hostilidade. Como acontece com qualquer cultura agressiva, intolerante, se você entrar nela, ele entra em você.
Contrariamente à opinião, o esquerdismo não é apenas sobre o ódio. Esquerdistas são mais complexos do que isso. Do meu tempo como esquerdista de fralda vermelha (1), eu posso te dizer que toda uma gama de emoções está envolvida. Ódio, raiva, medo, amargura, ciúme, inveja, raiva, ganância, orgulho, presunção e paranóia (não tecnicamente uma emoção, mas é generalizada entre os esquerdistas).
Com tal desfile de emoções negativas, não é nenhuma surpresa que tantos esquerdistas sofram de depressão crônica, muitas vezes desde tenra idade. Mesmo que eles percam a raiva, eles ainda mantêm a atitude: que o governo deve resolver os problemas de todos, independentemente do custo e que há uma enorme conspiração de direita na primeira esquina.
A narrativa vitimista da esquerda é muito infecciosa. Você é sempre a vítima e sempre te devem algo. Os ricos são sempre maus, enquanto você é sempre bom e íntegro. Convertidos são muitas vezes mais intensos do que aqueles que nasceram nisso. Meu pai criou um esquerdista, que finalmente amadureceu e começou a questionar algumas crenças esquerdistas. Minha mãe, não foi criada como esquerdista, mas tendo-se tornado uma, jamais amadureceu.
A narrativa do vitimismo estava em todas as conversas.
A narrativa da luta de classes/vítima oprimida é parte da vida diária na esquerda. Quando criança, eu ouvia os adultos falando. Com amigos e colegas de trabalho, com as mães conversando sobre o chá, era parte de todas as conversas. Eles falavam sobre o tempo, seus filhos, televisão, mas antes de partir, um deles sempre dizia algo relacionado à opressão gananciosa dos ricos – e o outro tinha de concordar. Não concordar era suicídio social.
Embora houvesse diferenças entre os esquerdistas da classe trabalhadora e da classe média, certas atitudes eram universais:
Um esquerdista que nunca trabalhou, se sente muito generoso em relação a qualquer um que alegue precisar de ajuda, que se encaixe na narrativa. Eles são generosos com suas emoções.
Quando eles obtêm o seu primeiro emprego de verdade, eles ficam muitas vezes chocados com a quantidade de impostos retidos e têm um momento de dúvida. Mas esse momento de dúvida dá a não-esquerdistas uma abertura. Então, o jovem esquerdista, aterrorizado em que ele/ela mudará, de forma rápida isola essa dúvida em sua mente e se recusa a tocar no assunto, até que desapareça.
A economia não é geralmente considerada parte de uma cultura, mas para os esquerdistas de fralda vermelha, a sua atitude em relação à economia é cultural. É parte do núcleo, a narrativa sagrada. Eles geralmente têm uma visão pueril da economia, que muitas vezes eles herdaram de seus pais. Isto é provavelmente porque a dúvida desencadeada por seu primeiro choque fiscal é tão facilmente esquecida por esquerdistas. A visão infantil é confortável e familiar. Uma vez que a amnésia se instala e o conforto retorna, as discussões sobre a realidade econômica são vistas como propaganda de direita.
Esquerdistas ouvem grandes números e visualizam o cofre do Tio Patinhas, e não infra-estrutura, manutenção, equipamentos especializados, transporte, treinamento, folha de pagamento, etc.
Para os esquerdistas, a indústria tem muito dinheiro. As empresas obtêm enormes lucros. O preço de tudo é demasiado elevado. O governo tem bilhões. Eles querem manter tudo para si e seus amigos ricos. Então os esquerdistas acreditam que essas pessoas más devem ser obrigadas a gastar o dinheiro em coisas que os próprios esquerdistas escolham.
Esquerdistas combinam ingenuidade infantil e agressão paranóica em todas as suas narrativas. É um emparelhamento notável e muito prejudicial. A ingenuidade pueril protege a narrativa dos fatos, enquanto a agressão paranóica protege a mente da dúvida. Para os bebês vermelhos de fralda, este pensamento concorre com o seu desenvolvimento emocional e intelectual normal, causando uma luta interna em que pode acontecer qualquer coisa.
Numa mesma família, uma criança poderá ser um esquerdista suave, sem convicção, enquanto outra será um comunista dedicado. Aquele que sente maior necessidade de agradar os pais provavelmente será o comunista dedicado. A esquerda, na superfície, pode parecer para alguns como um movimento de jovens desajustados, mas é antiga, enorme e culturalmente arraigada, não só na Europa, mas também na maioria dos países de língua Inglesa. O esquerdismo é uma história familiar, uma mentalidade cultural e um modo de vida para milhões de famílias. É um conjunto de narrativas sagradas básicas e de conversas diárias.
Os filhos herdam o esquerdismo como um sistema de convicções, sem conhecer outra coisa. No momento em que eles tiverem idade suficiente para ouvir outros pontos de vista, eles já estão doutrinados. Torna-se sua bússola moral.
O esquerdismo incentiva e é impulsionado pelas emoções mais negativas, prejudiciais. Ele se aproveita de emoções infantis e processos de pensamento paranóico. Suas narrativas são um filtro pelo qual a realidade tem que tentar lutar, muitas vezes falhando.
O pensamento pueril resolve todos os problemas sem detalhes incômodos e fatos que interfiram, levando a ilusões de brilho intelectual.
É realmente muito difícil desistir de ser um esquerdista, mesmo quando você quiser. Conheço pessoas cujas famílias foram assassinadas pelos comunistas e eles ainda são esquerdistas. Não é suficiente ver os problemas. Se você é um bebê de fraldas vermelhas, é tudo o que você sabe. Você foi doutrinado (com a ajuda da mídia) a pensar que a chamada Direita é gananciosa e má e que os religiosos são hipócritas e delirantes. Mesmo que você tenha dúvidas, não há outro lugar para ir, não sem literalmente mudar de opinião.
Eu vi as rachaduras cedo. Meus pais tinham um ódio fanático da classe média e, se fosse possível nunca falavam com eles. Na minha adolescência eu percebi que meu pai odiava os ricos, porque ele não era um deles. Mesmo entendendo, não me impediu de ser um esquerdista. Isso me fez querer ser um esquerdista melhor do que os meus pais. Comecei a ver que a luta de classes estava se tornando uma farsa para obter mais coisas grátis. Eu ainda procurei uma forma perfeita de comunismo. Eu conheci esquerdistas de classe média alta e fiquei chocado com sua arrogância e esnobismo. Eu viajei pelo mundo e não havia nenhuma forma de comunismo que não dependesse de capitalismo para salvá-lo do colapso.
Voltando para casa, tive conversas diárias com um médico judeu que era pró-vida. Todos os dias nós discutámos moral e fé. Comecei a entender o conceito de fé, moral absoluta e auto-sacrifício tudo novo para mim. Algumas semanas mais tarde, Deus falou comigo.
Eu tentei ser um cristão e um esquerdista moderado. Eu não estava sozinho. Esquerdistas moderados não acreditam em si mesmos como esquerdistas. Eles pensam em si mesmos como equilibrados e razoáveis. Eu trabalhei com os refugiados e eles me disseram sobre a tortura, escravidão e assassinato em massa pelos comunistas "combatentes da liberdade". Isso matou qualquer sentimento que ainda persistisse sobre o comunismo.
Casei-me com uma refugiada e ela tentou me esfaquear. Eu também achei que os refugiados tinham segredos muito obscuros. Meu multiculturalismo tolerante lentamente morreu. Comecei a ver a força da civilização judaico-cristã. Eu vi a desonestidade e crueldade das marxistas-feministas, que tinha dominado a esquerda. O feminismo, que minha mãe tinha me empurrado goela abaixo dia a dia, tinha morrido. Quando eu discutia com esquerdistas, sua raiva quase psicótica me chocava. Eu senti que estava falando com lunáticos.
Apesar de tudo isso, é difícil deixar totalmente o pensamento de esquerda porque ele o rodeia. Tornou-se dominante. É como tentar socorrer um barco com furos no fundo. É preciso um esforço intelectual persistente para deixar isso para trás. Mas há outra razão pela qual é preciso tempo para extrair o parasita esquerdista do cérebro. Uma poderosa mentira vive ali. É a mentira mais poderosa que eles têm. É de que a esquerda "se importa." Você deve abraçar plenamente o fato de que isso é uma mentira. Todo "cuidado" esquerdista tem uma agenda oculta.

Nota
:

(1) Red Diapers: Growing Up in the Communist Left (Vermelhos de Fraldas) é a primeira antologia de escritos autobiográficos de "Red Diaper Babies" – filhos de comunistas ou outros pais radicais de esquerda. Editado por Judy Kaplan e Linn Shapiro, consiste de memórias, contos e poemas. Entre os 40 autores estão comunistas bem conhecidos como o jornalista Carl Bernstein, escritora feminista Kim Chernin, cientista Richard Levins, e autor / ativista Robert Meeropol (filho de Julius e Ethel Rosenberg).

Michael Faraday descreve-se como um ex-idiota útil. Ele trabalhou como advogado de refugiados e professor de história. Ele agora ensina os jovens com autismo. Passou três décadas para desaprender o pensamento de esquerda.

Publicado no Frontpage Magazine.

Divulgação: Papéis Avulsos http://heitordepaola.com
Tradução: William Uchoa
via msm

Do marxismo ao livre mercado


A tentativa de reduzir a desigualdade econômica com o aumento da desigualdade política, que é a essência do marxismo, custou a vida de milhões de pessoas sob o poder de Stalin, Mao, Pol Pot, e muitos outros.

Como e por que eu larguei o esquerdismo de minha juventude para adotar as opiniões que tenho hoje, as quais são a favor do livre mercado e valores tradicionais? De certa forma, minha visão de como os seres humanos agem mudou mais do que a filosofia subjacente.
Quando eu era marxista, minha preocupação principal era em relação às pessoas comuns, pois achava que mereciam melhores condições de vida, mas a elite se aproveitava delas. Essa continua sendo minha maior preocupação, mas conforme os anos se passaram, aprendi que a elite cultural e a elite política fazem muito mais danos do que a elite econômica poderia um dia pensar em fazer.
Há uma explicação: as elites econômicas competem entre si. Se a General Motors não produz um tipo de carro que te agrade, você pode procurar na Ford, Chrysler, Honda, Toyota, etc. Mas se a Agência de Proteção Ambiental (EPA) chega no fundo do poço em relação ao serviço que presta, não há agência alternativa prestando o mesmo serviço ao qual se possa recorrer.
Mesmo quando uma empresa privada parece deter o monopólio da produção de um bem de consumo, como aconteceu com a Alcoa (Companhia de Alumínio da América), ela competirá com produtos alternativos. Se a Alcoa tivesse aumentado o preço do alumínio para aproveitar seu monopólio, muitas coisas fabricadas com alumínio passariam a ser produzidas com ferro, plástico, e outros tipos de materiais. O resultado final das forças do mercado foi, meio século depois do monopólio da Alcoa, o mercado passar a cobrar mais barato pelo alumínio do que cobrava inicialmente. Isso não se deu por altruísmo dos diretores da empresa, mas porque os competidores não lhes deixaram outra escolha.
A forma que você olha para o livre-mercado depende de como você enxerga o ser humano. Se todos fossem amáveis e gentis, o socialismo seria o melhor caminho. Em uma família tradicional, por exemplo, os recursos são gastos com as crianças, pois não ganham nenhum centavo sozinhas. Isso é socialismo doméstico, e até os capitalistas mais mesquinhos o praticam. Talvez um dia descobriremos criaturas em uma galáxia distante que conseguem conduzir uma sociedade inteira dessa forma. Mas a história dos seres humanos mostra que é inviável uma nação com milhões de pessoas funcionar dessa maneira.
O discurso do socialismo é inspirador, mas seus rastros na realidade são sombrios. Países que exportaram comida durante séculos, de repente se viram forçados a importar comida para evitar a fome, depois que a agricultura foi socializada. Isso aconteceu por todo o mundo, com pessoas de todas as raças. Qualquer um que tenha visto o contraste entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental, nos tempos em que metade da cidade era controlada por comunistas, não possui dúvidas em relação a qual sistema produz mais benefícios para o povo. As duas partes da cidade eram habitadas por pessoas de mesma raça, cultura e história, mas os que viviam na parte comunista eram muito mais pobres, além de terem menos liberdade.
Uma história parecida aconteceu na África, quando a Gana dependia de programas socialistas e a Costa do Marfim se baseava no livre-mercado, depois que ambos os países se tornaram independentes, na década de 1960. Gana começou com todas as vantagens. Sua renda per capita era o dobro da Costa do Marfim. Mas após duas décadas, com cada país sob influência de um sistema econômico diferente, 20% dos habitantes mais pobres da Costa do Marfim possuíam renda mais alta do que 60% da população de Gana.
Ineficiência econômica não é o pior aspecto de um governo socialista. A tentativa de reduzir a desigualdade econômica com o aumento da desigualdade política, que é a essência do marxismo, custou a vida de milhões de pessoas sob o poder de Stalin, Mao, Pol Pot, e muitos outros. Não se deve confiar o monopólio do poder sobre a vida das pessoas à políticos. Temos milhares de exemplos na história.
A minha vontade de que o povo tenha melhores condições de vida permanece, mas a experiência me mostrou, amargamente, que a maneira de alcançar este objetivo é o oposto do que eu imaginava.

Thomas Sowell,
From Marxism to the Market”. Capitalism Magazine, 2 de Janeiro de 2002.
Tradução: Laan Carvalho
Revisão: Rodrigo Carmo
via msm