sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A polícia errou ao matar o sequestrador?


A dúvida é se a polícia do Rio de Janeiro teria errado ou sido precipitada ao usar um sniper ou atirador de precisão para abater o sequestrador que ameaçava matar os passageiros de um ônibus sobre a Ponte Rio-Niterói. Não, a polícia não errou e existe amparo bíblico para isso. Deus ordenou na Lei dada por meio de Moisés que sequestradores fossem mortos. Ali não diz que seriam mortos apenas se representarem ameaça de morte para o sequestrado, mas simplesmente que o fato de sequestrar já seria passível de morte. Em 1 Timóteo lemos de uma lista de iniquidades, entre elas "raptores de homens" (1 Tm 1:10).


O Livro de Deuteronômio reforça a malignidade desse crime, que a legislação brasileira passou a considerar hediondo: "Se alguém for flagrado sequestrando um de seus irmãos israelitas para usá-lo como escravo ou vendê-lo por dinheiro, o sequestrador deverá morrer. Assim eliminarás o mal de teu meio."(Dt 24:7 NVI). José, em sua prisão, relata ter sido ele próprio vítima de sequestro: "Com efeito, fui sequestrado da terra dos hebreus e, mesmo aqui, nada fiz para me trancarem na prisão” (Gn 40:15 CNBB).

É claro que na sociedade "moderna", quando os homens se acham mais sábios que Deus, a opinião é a de que o sequestrador deve ser tratado com brandura e tentada sua reabilitação, nunca sua execução sumária. Mas quando Noé saiu da arca Deus instituiu o governo, dando ao homem autoridade para matar seu semelhante dentro da legalidade.

Não entender isso é achar que o mundo tem conserto deixando o barco correr. Não tem, e a autoridade "é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal." (Rm 13:4). Ninguém interpretaria "espada" aí como luva de pelica para afagar bandido. Espada é uma arma mortal para ser usada quando a circunstância exigir.

Para isso existem policiais e soldados, e mesmo que não exista no Brasil pena de morte por forca, cadeira elétrica ou injeção letal, o policial tem poder de morte para executar um criminoso que coloque vidas em risco. Um cristão nunca deveria contestar isso sob pena de estar se opondo ao próprio Deus que instituiu a autoridade.

Se, por um lado, a habilidade da polícia em neutralizar o sequestrador e eliminar o risco para vidas inocentes foi louvável, a morte do criminoso nunca deveria ter sido comemorada como vitória. Digo isto por dois motivos. Primeiro, porque Deus não tem prazer na morte do mais ímpio pecador, e segundo, porque a simples existência de crimes assim demonstram a ruína em que se tornou a humanidade da qual todos fazemos parte.

Vibrar pela morte do criminoso é como achar que se pode ficar tranquilo porque o buraco está no outro lado da canoa. Somos todos igualmente culpados pela ruína e temos dentro de nós os mesmos ingredientes que tinha esse sequestrador para praticar um crime como o que ele praticou e até piores. Ou você nunca viu um pai de família que parecia ter uma auréola na cabeça um dia matar sua própria família ou fazer outras barbaridades? Aí os comentários são sempre do tipo: "Eu nunca imaginaria que o fulano fosse capaz...". Sim, ele era capaz e eu e você também somos. A Palavra de Deus afirma categoricamente que:

"Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria;  e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos." (Rm 3:10-18).

Nem tente se excluir desse "não há um justo... não há ninguém que faça o bem..." porque toda a malignidade de um coração está sempre latente e pronta para se manifestar. "Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias." (Mt 15:19).

No entanto o desejo de Deus é pela conversão e salvação de todos, e não por sua morte. Ele diz: "Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva? ... Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva." (Ez 18:23; 33:11).

"E, Naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis." (Lc 13:1-5).

Antes de ser enviado em sua missão de libertar o povo hebreu do Egito o Senhor quis deixar claro q Moisés que, apesar dos poderes que lhe dava, de transformar sua vara em serpente e outros mais, ele era tão pecador quanto qualquer egípcio que os escravizava. Na Bíblia lepra é figura do pecado, e esta passagem faz todo sentido se a lermos lembrando de onde procedem todos os males citados pelo Senhor em Mateus 15:19: "do coração".

"E disse-lhe mais o Senhor [a Moisés]: Põe agora a tua mão no teu seio. E, tirando-a, eis que a sua mão estava leprosa, branca como a neve." (Êx 4:6).

Alguém poderia argumentar que no Antigo Testamento o Senhor mandava seu povo de Israel tomar cidades e matar seus habitantes. Quando isso acontecia era porque todas as chances daquele povo se arrepender de suas iniquidades tinham sido esgotadas, e o volume de maldade havia atingido a medida máxima. Em alguns casos ele mostrava que deveria ser aguardada essa medida antes de lançar juízo sobre um determinado povo: "Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniquidade dos amorreus." (Gn 15:16).

Há quem utilize Provérbios 11:10 para justificar a comemoração pela morte dos ímpios, pois ali diz: "Perecendo os perversos, há júbilo". Uma coisa é o sentimento de Deus, como foi expresso por meio dos profetas em Ezequiel 33:11, que mostra que ele não tem prazer na morte do ímpio, mas em que se converta. Outra é o sentimento do povo. A diferença é enorme, e o cristão deve buscar sempre ter o sentimento de Deus, e não o sentimento do povo de Israel, como em Provérbios 11, que era apropriado para uma época quando Deus mandava seu povo tomar uma cidade e matar a todos ali, como nessa declaração contra Babilônia: "Ah! filha de Babilônia, que vais ser assolada; feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos pagaste a nós. Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras." (Sl 137:8-9). 

Mas se ler atentamente o livro do profeta Jonas verá o quão misericordioso é Deus e o quão mau e vingativo é o homem, representado ali por Jonas. E este deve ser o sentimento do cristão, porém sem atropelar a ordem que Deus estabeleceu, que é a de termos autoridades para punir o mau, e até mesmo matá-lo. Mas não cabe ao cristão, como indivíduo, fazer isso, e sim conhecer o sentimento do Senhor, como quando seus discípulos quiseram fazer descer fogo do céu para incinerar os habitantes de uma aldeia que não quis receber Jesus.

"E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia." (Lc 9:51-56). 

Embaixada Jovem Militar



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Como as (outras) Pessoas Mudam


Andando com pessoas amadas em cinco estágios

Estou ajudando ou sofrendo? Socorrendo ou estimulando?
Pais, amigos e família da igreja frequentemente se encontram nessa posição precária. Alguém que conhecemos e amamos está preso ao pecado. Nós nos angustiamos se o auxílio que podemos oferecer os ajudará a encontrar a liberdade, ou apenas os afastará.
Sabemos que o amor não nos permite simplesmente ignorar a situação. As escrituras chamam os cristãos a carregar os fardos uns dos outros em meio ao caos e à confusão da vida, especialmente em períodos mais tenebrosos (veja Gl 6.2, Cl 3.13, 1Pe 4.10 e outros). Somos chamados a fazê-lo com prudência e cuidado, de tal forma que não sejamos atraídos à tentação (Gl 6.1), mas também de modo persistente, chamando os outros a mudarem (Gl 6.5).
Mas o que isso significa na prática? Podemos mesmo dizer quando as nossas palavras ou ações podem ajudar na luta contra o pecado ou, de forma não intencional, estimulando-o a isso de alguma forma?

O que você não pode fazer

Primeiro, algumas ressalvas. Embora você não encontre a frase “Estágios de Mudança” em qualquer parte das Escrituras, quero apresentá-lo a um paradigma testado e popular usado entre os conselheiros em todo mundo, porque tem sido útil para mim pessoalmente como pastor, conselheiro e cristão. É chamado de “Modelo de Estágios de Mudança de Prochaska e DiClemente (1983)”.
Agora, deve ser dito desde o início que o Espírito Santo pode e trabalha como lhe agrada. Ele pode transformar corações e mentes em um instante. Ele não precisa seguir um padrão específico ou adotar qualquer conjunto de estágios ou etapas. Ele é livre para mudar você ou alguém que você ama quando e como ele quiser. E se ele negar a mudança, nada que você ou eu façamos fará diferença, embora muitas vezes a estratégia de aconselhamento tenha funcionado antes.
Também deve ser declarado de antemão que você não é responsável pela transformação de outra pessoa. Isso é entre a pessoa e Deus (Gl 6.4-5). No entanto, você é responsável por amar tal pessoa (João 13.34–35) como irmão ou irmã em Cristo, inclusive fazendo tudo que estiver ao seu alcance para desafiá-lo e incentivá-lo andar em conformidade com o evangelho (Gl 2.14).
Com essas coisas em mente, aqui estão os cinco estágios típicos de mudança, com conselhos sobre o que você pode fazer ou orar por alguém em cada fase.

Estágio 1: Pré-contemplação

Nesse estágio, as pessoas ainda nem estão pensando em mudar. Seja qual for o comportamento pecaminoso em que estão envolvidas, elas estão gostando disso o suficiente para que o custo da renúncia e da mudança pareçam altos demais. Quando alguém está neste estágio, devemos estabelecer limites bons e saudáveis ​​para proteger a nós mesmos e aos outros. Não podemos esperar que as pessoas não pequem quando não vêem razão para mudar. Se violarem esses limites, estabelecemos e administramos consequências consistentes.
Vemos esse tipo de limite em 1 Coríntios 5 quando o apóstolo Paulo exorta os crentes a se separarem de um pecador sexual impenitente (1Co 5.1–5). O conselho de Paulo era claro: um limite (você não pode fazer parte da comunidade cristã) e uma consequência (você será entregue ao diabo) com um propósito (para que a sua alma seja salva no dia do Senhor). A igreja queria que o homem mudasse e se reconciliasse, mas para conseguir isso eles tiveram que removê-lo da comunhão, estabelecer um limite claro e avisá-lo sobre as terríveis consequências do pecado impenitente.

Como podemos ajudar neste estágio?

Converse e explique o que você está vendo. Às vezes é óbvio, às vezes não. Na maior parte do tempo, quando as pessoas estão nesse estágio, elas simplesmente não se importam. No entanto, a comunicação honesta e aberta sobre o pecado que você vê é fundamental. Como isso afeta negativamente a elas ou a outras pessoas? O que você gostaria de ver? Quais são as consequências que podem esperar se continuarem no caminho atual? Esse estágio pode ser especialmente difícil por dois motivos.
Primeiro, se você é o único que sugere mudanças, é provável que você esteja em um estágio diferente em sua própria batalha contra o pecado. A distância entre vocês na maturidade e na piedade pode criar expectativas prejudiciais em você ou ressentimento amargo nelas. Então, muitas vezes nos desgastamos tentando forçar os outros a mudar quando, francamente, elas não querem. Nesse estágio, as pessoas podem querer seu dinheiro, seu tempo, sua pena, sua aprovação ou qualquer outra coisa, mas o que elas não querem é mudar. Se seu amigo ou familiar não estiver, por conta própria, começando a pensar em por que deveria mudar em primeiro lugar, todos os seus argumentos persuasivos e recursos valiosos provavelmente serão ineficazes.
Segundo, quando aqueles que ajudam começam a sentir como se estivessem andando em círculos — quando a mudança não vem imediata ou rapidamente — começamos a ser punitivos. Há uma diferença sutil aqui. Podemos, de forma sutil, deixar de pensar sobre o que é melhor para a pessoa para tentar fazer com que ela pague pelo que fez conosco. Quando fazemos isso, nós cruzamos a linha da consequência para a punição.

Como podemos orar neste estágio?

Quando alguém ainda não reconheceu a necessidade de mudança, oramos ao céu para que o Senhor, através do Espírito Santo, abra os olhos e convença a sua consciência (Jo 16.8). Geralmente, é melhor manter essas orações em secreto. Deixar alguém saber que você está rogando a Deus para mudá-lo quando esta pessoa não percebe a necessidade de mudança em primeiro lugar pode mais estimular o estabelecimento dos seus passos errados do que mudar o seu curso.

Estágio 2: Contemplação

Nesse estágio, as pessoas realmente começam a pensar em mudança. Ou seja, agora está em sua consideração que a mudança pode valer a pena. Elas ainda não estão convencidas de que a mudança énecessária, mas estão dispostas a considerá-la. Quando alguém está nesse estágio, podemos ajudá-lo a avaliar a proverbial lista de prós e contras para levá-lo a um arrependimento mais pleno.

Como podemos ajudar neste estágio?

Honestidade. Ser honesto (quase brutalmente) nesta fase dá bons resultados mais tarde. Entramos em problemas quando exageramos os prós e subestimamos os contras. Se não estivermos dispostos a ser honestos sobre o custo da mudança, perderemos credibilidade. Começamos a parecer um “vendedor de óleo milagroso” — promovendo as maravilhas de uma cura miraculosa, e minimizando os efeitos colaterais.
Antes, devemos ser como o médico que diz ao seu paciente: “Isso pode ser doloroso, mas vale a pena todo o sofrimento”. A mudança normalmente requer dor. Os cristãos entendem e aceitam isso tanto quanto qualquer um. Nossa mudança mais fundamental veio através de dores excruciantes e com grande custo (Rm 6.23; 2Co 5.21; Hb 10.10; 1Pe 3.18).

Como podemos orar neste estágio?

Neste ponto, podemos orar para que Deus produza as sementes da convicção em seus corações e que nos conceda paciência e humildade enquanto esperamos. É tão difícil não tentar e usar as rédeas do controle — para nos impedir de tentar criar o discurso perfeito de vendas ou encontrar estratégias “à prova de falhas”. Quer Deus dê ou não ao nosso amado a capacidade de mudar, confessar a sua soberania e nosso desamparo é uma rica bênção no processo. Descanse em seu poder e bondade, pois ele é capaz de salvar, não nós (Is 12.1–2).

Estágio 3: Preparação

Nesse estágio, as pessoas estão persuadidas de que a mudança é necessária, mas ainda precisam alcançá-la. A duração deste estágio varia. Às vezes as pessoas desejam implementar a mudança imediatamente, outras vezes as pessoas precisam de mais tempo. Nosso objetivo neste estágio é ajudá-las a fazer um plano para a mudança, sem ficar desanimados ou sobrecarregá-los com muitos detalhes.

Como podemos ajudar neste estágio?

Ajude-as a pensar em como a vida será no futuro próximo e no futuro mais remoto. Elas terão que passar por algum tipo de tratamento? Existem novas rotinas que precisam ser estabelecidas? Daqui a um ano, quando a mudança se transformar em hábito, quais serão os gatilhos a serem evitados? Como elas os evitam? Tente planejar com algum detalhe, mas saiba que não há como prever tudo. Saiba que as coisas não acabarão exatamente como você planejou.
Os maiores erros que as pessoas cometem nesse estágio são preparar-se demais e ficar sobrecarregadas, ou simplesmente ignorar este estágio e não fazer nenhuma preparação. Nós não estamos tentando construir o plano perfeito; estamos simplesmente tentando encontrar um plano que funcione.

Como podemos orar neste estágio?

Nesse estágio, rogamos a Deus por sabedoria. Não podemos prever todos os impedimentos que podem surgir no caminho da mudança; no entanto, queremos que Deus nos ajude a prever o máximo que pudermos. Sabendo que nossos planos não resultarão em nada sem as bênçãos do Senhor (Lc 12. 13-21), precisamos rogar pelo discernimento capacitado pelo Espírito e iluminado pela palavra de Deus. Precisamos de sabedoria para ajudar nossos amados a fazerem planos e preparativos para o caminho adiante (Pv 6.6-11).

Estágio 4: Ação

Nesse estágio, as pessoas começam o processo real de mudança. Em alguns casos, os estágios 2-4 mudam rapidamente. Há momentos em que as pessoas ficam convictas de algo e simplesmente decidem mudar, mas esses casos são mais raros. Normalmente, as pessoas precisam definir um ponto no tempo quando sabem que o novo comportamento começará. Esta é a principal razão pela qual as resoluções de Ano Novo são tão populares. O início de mais um ano oferece um ponto de partida claro que facilita a mudança.

Como podemos ajudar neste estágio?

Agora assumimos o papel de encorajamento. Nosso amigo ou membro da família precisará de esperança, consolo e força quando o caminho for árduo. O custo da mudança é elevado, por isso não devemos nos surpreender quando as pessoas começarem a se sentir desencorajadas. Ajuda permanecer lado a lado e dizer: Sabíamos que isso estava para acontecer e nos preparamos para isso.
Este é também o estágio em que começamos a relaxar os limites que estabelecemos no Estágio 1. Onde houve consequências apropriadas para más decisões, agora deveria haver recompensas apropriadas para decisões positivas. Como Ligon Duncan diz: “É no contexto da obediência da aliança que abundam as bênçãos da aliança”. Até mesmo o Senhor reconhece que nós, pessoas frágeis e débeis, precisamos de encorajamento e recompensas pelo nosso trabalho árduo (Lc 19.11-19).

Como podemos orar neste estágio?

Neste ponto, oramos a Deus pelos dons de compaixão e encorajamento. Por um lado, queremos pedir forças para apoiar nossos amados quando estiverem se sentindo sobrecarregados, tendo a força espiritual e emocional para sermos bons ouvintes e carregarmos os seus fardos mais pesados ​​com eles. Ao mesmo tempo, queremos constantemente lembrá-los dos incríveis recursos que eles têm em Cristo e da necessidade de que eles cada vez mais assumam a responsabilidade por sua própria maturidade e crescimento (Fp 2.12-13), é claro, no contexto da comunidade cristã saudável.

Estágio 5: Manutenção

Nesse estágio, as pessoas se esforçam para passar de uma ação nova para um hábito enraizado. Esta é a fase mais longa e o de maior probabilidade de recaída. Pode levar de seis semanas a cinco anos, dependendo de vários fatores.

Como podemos ajudar neste estágio?

A mudança não é apenas difícil de ser alcançada, mas talvez ainda mais difícil de ser mantida. As pessoas precisarão de encorajamento contínuo. Normalmente, nessa época, por volta de seis semanas, começamos a seguir em frente com nossas vidas. Nós assumimos que a mudança aconteceu agora. Isso geralmente deixa aqueles que lutam lidando com a implementação da repentinamente sozinhos e sobrecarregados.
Existe um limiar logo antes da mudança se tornar um hábito, onde a perseverança parece ser impossível.A quantidade de esforço necessário para continuar um novo comportamento não parece mais valer a pena. A estrutura da mudança parece falida. Isso torna os planos e celebrações tão importantes. À medida que nossos amados continuam a atingir marcos predeterminados, precisamos continuar a observar e nos alegrar. Nem todo dia positivo precisar ser festejado, mas palavras simples de reconhecimento e celebração são ferramentas poderosas para uma mudança duradoura.
Elogiar, contudo, é de pouco valor sem nosso compromisso contínuo com a oração dedicada. Ao nos lembrarmos diariamente de estar orando por eles, mais diligentes em nossa verificação, seremos mais graciosos ao ouvi-los, e seremos mais abundantes em celebrar a graça de Deus com eles.

Como podemos orar neste estágio?

Para essa finalidade, nossas orações nesta fase começam a enfatizar a graça sustentadora — a graça necessária para superar as dificuldades inevitáveis ​​que são imprevistas. Reconhecemos que não podemos prever ou planejar perfeitamente o futuro. Se o nosso amado quiser perseverar, ele terá a força, a sabedoria e o socorro de um Deus inabalável (Sl 55.22).

A mudança sempre é difícil

Mudança é difícil para todos os envolvidos. Os pais são miseráveis observando seus filhos escolherem sexo, drogas ou álcool em vez de a eterna alegria do evangelho. Os amigos sentem-se terrivelmente culpados vendo o amigo seguir um caminho de autodestruição, em vez de seguir o caminho da vida. As igrejas ficam confusas e angustiadas quando crentes professos escolhem abertamente o pecado mortal em detrimento do seu Salvador amoroso.
Todos estes querem saber o que realmente significa — na prática, a cada momento — ajudar alguém a mudar. Às vezes suportamos pacientemente um irmão ou irmã, estando dispostos a ignorar uma ofensa. Outras vezes, precisamos repreendê-los amorosamente e responsabilizá-los. O que deve ocorrer nesta vez? Eu estou ajudando ou estimulando?
Nem sempre é fácil dizer. Mas essa estrutura pode ajudá-lo a avaliar quando alguém está genuinamente interessado em ser diferente e quando apenas quer que você o ajude a evitar as consequências mais recentes de suas más decisões. Não se trata de algo inerrante, mas como pastor e conselheiro, tem sido de valor inestimável.
A boa notícia é que o esforço exaustivo e lento do dia-a-dia de ver alguém em meio a uma mudança difícil não pode competir com a graça revigorante dada a cada momento pelo Espírito de Deus no processo. Com a ajuda de Deus, podemos nos encontrar capacitados e em posição de causar um impacto positivo em nossos amados que durará para sempre.

Por: Josh Squires. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: How (Other) People Change.
Original: Como as (outras) pessoas mudam. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão: Renata Machado Gandolfo.
Josh Squires serve como pastor de aconselhamento e cuidado congregacional na First Presbyterian Church em Columbia, Carolina do Sul. Ele e a esposa têm cinco filhos.
via https://voltemosaoevangelho.com/blog/2019/02/como-as-outras-pessoas-mudam/