quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ele conseguiu, finalmente… Rafael, o representante do MAV da caixa de comentários deste blog, ganha um pouquinho de espaço

bom selvagem
Rafael Miles é o pseudônimo de um comentarista da caixa de mensagens deste blog. Dedicado, ele passa seu tempo fazendo pose de “defensor dos pobres”, dizendo lutar “contra a elite”. De extrema-esquerda, ele é um dos mais apaixonados propagandistas do PT de que se tem notícia. Com certeza, é membro do MAV.
A maioria das mensagens dele é puro desaforo e 99% delas vão para a lixeira. Mas tamanho esforço não poderia ser em vão. A quantidade de pérolas é tamanha que ele realmente merece seu espaço. Aqui, farei esta caridade.
Trarei aqui os melhores momentos de Rafael Miles, com breves comentários, até por que não vale a pena perder muito tempo em respostas elaboradas para um ser desse tipo.
Comecemos:
Os índios foram roubados de suas terras, e por isso devemos eliminar o direito de propriedade.
A coisa realmente não começa de forma muito promissora. Se ele é contra o direito de propriedade, então não deveria reclamar dos índios terem perdido “suas propriedades”. Claro que ele se esqueceu de que nas tribos indígenas pré-colonização não havia sequer direito de propriedade, e imperava a lei do mais forte. Inclusive, tribos mais fortes liquidavam as mais fracas. A tese do bom selvagem sempre foi um conto da carochinha.
Mesmo assim, as sociedades mais desenvolvidas conseguiram adquirir mais poder, a ponto de trucidar as sociedades indígenas. Seja lá como for, essas sociedades mais desenvolvidas hoje alcançaram tal nível civilizatório que não invadem mais terras dos outros. Ou seja, em termos de civilização, nós, adeptos do direito de propriedade, sempre estamos séculos à frente da extrema-esquerda… que é contra o direito de propriedade.
Quando alguém menciona que as tribos de índios também atacavam umas às outras, é importante sabermos o que tais pessoas querem com tais argumentos.
Errado! É irrelevante o que alguém quer com um argumento, se este argumento é válido. Se o Rafael é obrigado a reconhecer que as tribos indígenas não respeitavam o “direito de propriedade” (que, como já disse, não existia naquela época e naquele cenário) umas das outras, então não pode tratá-las como vítimas… de pessoas que não respeitaram o “direito de propriedade” delas. Aliás, o direito de propriedade é válido para aqueles que aceitaram o contrato social de sociedades civilizadas.
Se foi certo roubar terras dos índios, então o MST está certo ao invadir terras.
Como sempre ele está errado. No “contrato social” indígena, não existia “direito de propriedade”. Mas em nossa civilização existe, e nós vivemos sob essa civilização. Portanto, aquilo que ocorre em ambientes não-civilizados não serve para definir as regras da civilização, principalmente se forem regras que incapacitem a vida em civilização.
Os latifúndios são ilegais, pois no passado a terra era dos índios.
Lá vamos nós de novo. Aqui ele se esquece de que vivemos em uma civilização com contratos sociais, o que não ocorria nas tribos indígenas. Se fôssemos aceitar a argumentação tacanha de Rafael, bastaria alguém viver uma época em uma ilha isolada sem impostos que isso bastaria para os impostos se tornarem “ilegais” em uma civilização.
Os índios foram injustiçados, pois não tinham o conhecimento para derrotar o “homem branco”.
Engraçado. Eles não tinham conhecimento e também não tinham o “direito de propriedade”, mas, mesmo assim, queriam viver sem riscos de terem suas propriedades invadidas. É engraçado como na visão de Rafael os antigos índios (que adoravam invadir as tribos adversárias também) deviam ter direitos e proteções ilimitadas. E tudo isso de graça, sem precisarem aderir a qualquer contrato social…
As primeiras terras escrituradas foram roubadas. Por isso, a propriedade hoje é ilegítima.
É exatamente para evitar que as terras sejam usadas por tiranos que o direito de propriedade se tornou, ao longo do tempo, uma das formas mais seguras de se estabelecer uma civilização. Esse direito protege inclusive a propriedade de um indígena. Ao que parece, o estilo de vida vendido por Rafael (dos índios sem direito de propriedade) não parece ter sido de grande sucesso em termos de seleção de grupo.
A tomada de propriedade dos índios foi injusta. Por isso, deve ser revertida.
Como poderia ser injusta se ocorreu em uma época onde os próprios índios não tinham leis que protegiam suas propriedades? Eles viviam a lei do mais forte e provavelmente gostavam disso (ou não tinham conhecimento para fazer uma sociedade melhor). O fato é que a lei do mais forte muitas vezes não dá certo para quem a segue. Foi o que ocorreu com os índios. Outras civilizações corrigiram esse tipo de problema ético. Não há roubo de quem não tem um contrato de propriedade, o qual, ora vejam só, foi uma invenção das civilizações que colonizaram os índios. Até aqui, vemos que a propagação do mito do bom selvagem não ajudou muito ao Rafael.
As tribos indígenas são uma forma de sociedade possível, portanto devem ser citadas para validar o socialismo.
Que é possível, quanto a isso ninguém duvida. É tão possível que já ocorreu diversas vezes. O problema é que tais sociedades não foram bem sucedidas. E não são o padrão que queremos para nós. Aliás, abaixo um filme para inspirar aqueles que ainda acreditam no mito do bom selvagem.


Todas as conquistas sociais, incluindo aposentadoria, 13º salario e férias garantidas são conquistas marxistas.
Nada mais falso que isso. Na verdade, as tais “conquistas sociais” foram solicitações de mercado a partir de trabalhadores organizados, ou seja, o livre mercado. Porém esse tipo de “conquista” é melhor aproveitada em países que tiveram mais períodos de livre mercado, como países europeus e principalmente os Estados Unidos. Leis trabalhistas não tem absolutamente nada a ver com marxismo, mesmo que alguns sindicatos tenham se inspirado no discurso marxista. Mas se tivessem buscado inspiração em Adam Smith, obteriam o mesmo resultado. E vá alguém tentar fazer greve em Cuba…
A moral glorificando o “risco” é muito circunstancial e errônea.
Qualquer um que trabalhe de verdade sabe que o petista aqui recusa-se a identificar o óbvio. Pessoas que assumem riscos são poucas, mas, caso consigam sucesso, o resultado tende a ser compensador. Imagine alguém assumindo várias dívidas bancárias, além de gastar todo seu dinheiro, para investir em um negócio. Quantas pessoas estão dispostas a isso? Poucas. Enfim, reconhecer o valor de quem assume riscos é um sinal de mera percepção da realidade.
Direitistas são iludidos ao achar que os empreendedores possuem ambição de propiciar o bem comum, graças ao “Deus Mercado”.
Ele realmente é um quadrúpede de marca maior. Ninguém de direita fala coisas como essa. Na verdade, o que dizemos é que os empreendedores querem obter o melhor resultado possível a partir de seus investimentos (seja em termos financeiros, seja no quesito dispêndio de esforço), sabendo que se este resultado não surgir ele próprio perderá com isso. É exatamente o oposto do governo, cujos “donos” podem permanecer no poder mesmo afundando o país, pois estão apenas brincando com o dinheiro dos outros. Mas o fato é que os empreendedores, ao buscarem o melhor resultado possível, podem oferecer produtos mais baratos, pois, se não fizerem isso, seus concorrentes farão.
A crença no “Deus Mercado” é apenas a crença de que o consumidor deve buscar suas melhores opções, e com os melhores preços, a partir de pessoas interessadas em vender estes produtos ou serviços. Acreditar no “Deus Mercado” é acreditar em você próprio. Mas se Rafael não acredita nele próprio, a coisa vai mal…
Multibilionários tem potencial de corromper policiais mal pagos bem maior do que trabalhadores teriam de corromper policiais bem pagos.
Aqui temos a falácia do falso dilema: se existem multibilionários, os policiais são mal pagos (e corruptíveis), e se não existem multibilionários, os policiais são bem pagos (e não corruptíveis). É mole? Só que os maiores bilionários do mundo estão em países onde os policiais são bem pagos. É como eu digo: para ser de extrema-esquerda, basta viver em um mundo de fantasia.
A Escandinávia tem poucos crimes. Sucesso do esquerdismo.
Bobagem. É verdade que a Escandinávia tem poucos crimes e que é um lugar onde existe o estado de bem estar social. Mas este estado de bem estar social só é possível (em tamanha larga escala) por que esses países adquiriram riqueza por causa do livre mercado. Não adianta achar que estabelecer 50% de impostos na Venezuela vai levar ao mesmo resultado, pois eles não tem sequer onde caírem mortos. Os serviços públicos nesses países sempre serão um lixo. Alias, a Escandinávia tem baixa taxa de criminalidade por que é rica, e não por causa do socialismo.
Os excedentes de dinheiro que o capitalismo permite que se acumulem nas mãos de poucas dúzias de famílias garante a estas um poder de corrupção enorme. Sem esse poder nas mãos de bilionários, teremos um mundo sem corrupção.
A própria Escandinávia, repleta de multibilionários, esmaga a tese de Rafael. Ademais, a retirada do dinheiro de pessoas físicas (ricas ou não) por parte do estado vai, aí sim, gerar um estado corrupto. Não é por outro motivo que países que implementaram o marxismo à risca conseguiram exterminar sua população. O poder corrompe. E quando o poder está concentrado nas mãos do estado, que tem o monopólio do uso da força física por lei, a coisa fica ainda pior. É melhor (e muito mais seguro, para toda a sociedade) que o dinheiro dos multibilionários fique nas mãos deles do que nas mãos de um estado coercitivo e totalitário.
Se o estado tirar dos multibilionários, vira um verdadeiro Robin Hood na versão das histórias mais infantis [aquele que tira dos ricos para dar aos pobres].
Não é o que está ocorrendo na França, país que começou a taxar seus ricos em 80% de sua fortuna (vários deles simplesmente decidiram sumir de lá). Não é o que ocorre em qualquer país socialista. Quando o poder da iniciativa privada é aniquilado, sendo transferido para o estado em sua totalidade, este estado sempre se corrompe ao nível do absurdo. Qualquer pessoa adulta já deveria perceber isso ao menos intuitivamente.
O povo venezuelano é chavista, madurista e bolivariano. Viva!
Só que com todo este “povo chavista, madurista e bolivariano”, Nicolas Maduro ganhou a eleição por uma cabeça. E com  mídia censurada! Ou seja, é claro que o povo venezuelano, se vivesse em um país de imprensa livre, já teria mandado um pé nos fundilhos de Maduro. Aliás, não daria tempo nem sequer de Chavez eleger seu sucessor…
Jimmy Carter falou que as eleições da Venezuela são um exemplo de democracia. Isso significa que são!
Essa é decididamente uma das instâncias mais ridículas de falácia do apelo à autoridade que já vi. E Jimmy Carter é um dos esquerdistas mais retintos dos Estados Unidos…
Não existe imprensa livre na América Latina, pois os donos são ricos.
Mais um argumento tão patético quanto infantil. Na ótica de Rafael, se existem ricos donos de um tipo de comércio, a liberdade está comprometida. É o mesmo que dizer que não existe bar livre para vender a cerveja que quiser em um país que seja dominado pela marcas Brahma, Skol, Antarctica e Kaiser. Engraçado, pois mesmo assim o dono de um bar pode vender a Nortenha…
IMAGINE A SEGUINTE HIPÓTESE: suponha que cuba fosse capitalista, mas que por alguma razão sofresse o mesmo embargo. Teria o MESMÍSSIMO nível de atraso econômico e tecnológico, porque este se deve à falta de acesso a variedades de recursos de que ilhota alguma no mundo dispõe. Não é o regime de distribuição de propriedade que atrasa cuba, e sim o embargo.
Ele realmente não tem o menor traço de vergonha na cara. Como sempre, a culpa de tudo é do embargo. Detalhe que o embargo é válido apenas para comércio com os Estados Unidos, não com o resto do mundo. Para os militontos a regra é essa: “Antes Cuba era pobre por fazer negócios com os Estados Unidos. Agora Cuba é pobre por não fazer negócios com os Estados Unidos”. Usar esse tipo de desculpa é sinal de gravíssima falta de caráter. Além de falta de senso do ridículo.
A Venezuela é alvo de golpe americano por razões análogas.
Ninguém dá a mínima para a Venezuela. Republiquetas socialistas latino-americanas, não atribuam a vocês uma importância que vocês não tem!
O socialismo em que acredito nunca foi aplicado.
Essa é para “acabar” a série. É inacreditável que o Rafael tenha usado uma rotina que já foi refutada por aqui mesmo. O truque de dizer “a versão ideal do meu sistema é melhor que a versão real do meu sistema” não engana mais ninguém.
Espero que Rafael fique grato com o espaço dado aos seus “melhores” (ou mais divertidos) argumentos. Se ele quiser tentar me refutar, que o faça, mas somente se postar com uma educação digna de um lorde inglês.

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