sábado, 4 de janeiro de 2014

Descanso, sem pressa...




Imagem disponível na Internet.

"Porque para mim, tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada."
Romanos 8:18


Depois da tensão de um ano inteiro, dormindo de 3 a 4 horas por noite, comendo mal de todas as maneiras (o que estivesse mais fácil e na hora em que dava certo e, de brinde dos fast foods que ajudei a enriquecer, eu ganhei uns quilos extras), depois de passar um ano inteiro pegando quatro conduções por dia, carregando nas costas o peso do estresse do trabalho (educação pública), dormindo com ele ao meu lado – companhia de todas as minhas noites solitárias –, viajando com ele todos os meses a trabalho, ouvindo cobras e lagartos de alguns insatisfeitos a quem servi por todo o ano – e continuando a servi-los com o prazer de uma exímia perfeccionista –, trocando os finais de semana e feriados por livros e monografia... Finalmente elas deram as caras: Sejam bem vindas, queridas (e merecidas) férias!

A sensação de poder acordar uma manhã sem o auxílio de um despertador é extraordinária! Levantar cedo (a rotina de anos criou em mim o hábito de não ficar até tarde na cama, mesmo em dias de folga), caminhar sem pressa pela casa de pijama e meias e deitar-me no sofá da sala, ouvir a chuva serena caindo lá fora e os pássaros cantando timidamente... Sensação de liberdade que é rara pra mim, porém incomparavelmente boa.

Ao final de um ano, posso fazer um balanço geral e concluir que estou findando esse tempo com minhas missões cumpridas: Tentei ser o melhor ser humano que pude (falhei mais do que pude calcular, mas não desisti!), terminei uma graduação e uma pós-graduação, avancei profissionalmente e assumi novos ofícios que eu jamais pensei que exerceria, me tornei artista plástica reconhecida profissionalmente, fechei relatórios do trabalho, organizei todos os armários e arquivos da sala em que trabalho com mais nove pessoas, comecei a reorganizar meus sentimentos, lavei o tapete da sala e as persianas das janelas, eliminei os quilos que os fast foods me deram...

Contudo, ainda sonho com coisas novas, intensas, sadias para o ano que vem (ou para os anos que virão): Ser alguém melhor do que fui neste ano (conto com a ajuda das suas orações pra isso...), “ter uma casinha branca de varanda, um quintal de mato verde” com dois cães labradores correndo dentro dele, um jardim de inverno e jardins no quintal (com cercas em redor, para que os cães não façam deles seus playgrounds), tranquilidade, paz, e mais quilos extras eliminados... Sonhos simples, de uma pessoa simples, que não precisa de muito para ser feliz; que tem pouco, mas tem tudo o que precisa; e que de todos os maiores tesouros e bens que alguém pode ter, orgulhosamente tem Jesus Cristo.

Olhando para este quadro, inevitavelmente volto a pensar sobre como será nossa estadia no Céu, quando nosso tempo aqui se findar. Penso na glória das manhãs de sol em dias onde temores de violência e maldade já não tiverem razão de ser. Penso no descanso para as almas que sentiram tantas dores em meio às angústias a que foram expostas aqui. Penso na saudade que não trará mais sofrimento, nem aos pais que perderam seus filhos, nem aos apaixonados que perderam – ou não conquistaram – um amor, saudade que não importunará a ninguém mais...

Penso na liberdade de poder caminhar entre os mais belos e imponentes animais sem temer nenhum deles, de beber e banhar nas águas cristalinas dos rios onde não há poluição, de gozar responsavelmente a vida e todo bem que ela nos propuser, sem risco de adoecer ou de morrer. E penso na garantia que o Senhor nos deu, que “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor...” [1]

Mas penso também em como chegaremos ali: Com nossa missão cumprida aqui na terra para coroarmos ao Senhor, ou de mãos vazias perante o Rei? Receberemos um galardão pela obra que foi provada e permaneceu, ou nossas obras perecerão e seremos “salvos, todavia como pelo fogo?” [2]

Em palestras, aulas e reuniões, sempre que posso, lembro os meus ouvintes sobre a responsabilidade que Deus nos deu enquanto educadores, e a prestação de contas que faremos quanto ao cumprimento da nossa missão aqui. E não somente aos educadores, mas a todo ser humano, uma responsabilidade foi dada em relação à vida, seja em relação à sua própria vida ou à vida de outras pessoas. No curso dos nossos dias, sempre vivenciamos acontecimentos que exigem de nós um empenho pessoal, uma doação, uma renúncia, um cuidado maior, o que reincidirá na retribuição do Senhor para nós na vida eterna. O Céu é o maior desses lauréis, e ele pertence às crianças e aos pecadores redimidos, pois se tornaram iguais a elas...[3]

Que glorioso mistério do amor de Deus por nós nos é revelado pelas promessas de vivermos a eternidade com Ele! O Reino que foi preparado desde a fundação do mundo para os benditos de Deus será o nosso lugar de descanso [4]. Um caráter como o de Cristo – nosso passaporte para lá – será o nosso maior triunfo. A vida eterna será a nossa maior herança.

Mas tudo isso alcançaremos porque deixamos o maior dos legados aqui: Uma vida transformada, reta e influente, que ensinou o caminho certo ao próximo, para que ele chegasse ao Eterno Céu também.

Diferenças superadas, vidas entrelaçadas pelo amor incondicional de Deus, pecados perdoados, coração regenerado por Jesus, humildade e sinceridade assinando as nossas obras... Missão cumprida! É hora de ouvir dos lábios do Pai: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor!”[5].

E então, pijamas alvos como a neve, o peso do pecado eliminado de sobre nossos ombros, o canto dos anjos extravagante e incessantemente entoado, o Cordeiro como sol a iluminar dias e noites, liberdade imensurável fluindo dentro e ao redor de nós...

É hora de descansarmos em férias eternas... 
Sem pressa.

Fonte: http://teamomeujesus.blogspot.com.br/2013/12/eternas-ferias.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário