Senhor, muitos não sabem, mas Vós sabeis que não tenho dia certo, hora certa, local certo, obrigação certa, e a qualquer dia, a qualquer hora, onde houver alguém violando a lei, ali haverei de estar para fazê-la acatada e respeitada.
Senhor, Vós bem sabeis quão dura e difícil é minha missão. Quase sempre incompreendida pelos homens.
É triste, Senhor, empenhar-me no cumprimento de uma árdua missão e depois não me sentir recompensado, sendo injustamente alvo de todas as críticas, ataques e injúrias por uma imprensa apaixonada e mal informada.
É triste despedir-me do lar ao sair para um serviço e não poder, talvez, a ele retornar.
É triste, Senhor, partir alegre, feliz para o trabalho e em vez de retornar ao lar ser levado a um hospital.
Muitos não sabem, mas Vós sabeis, que num instante, numa fração de segundo, ante a iminência do perigo, terei de tomar uma decisão imediata, certa ou errada mas uma decisão que, mais tarde, calculada e friamente, na calma de um momento que não aquele, na tranqüilidade acolhedora de gabinetes, será apreciada e julgada.
Muitos não sabem, mas Vós sabeis que nas Vossas noites, nas madrugadas frias, estarei sozinho, anônimo, perdido nas ruas silenciosas e desertas, mas vigilante, velando para que a população tenha um sono tranqüilo, sem saber, sem ter certeza de que alguém, vela pelo sono dos que em casa ficaram.
Mas, apesar de tudo é compensador, é consolador o sentimento do dever cumprido e o que é mais importante:
Saber, Senhor, que sou útil à sociedade.
É consolador saber que a minha simples presença evitou que um delito se consumasse.
É consolador saber que o delinqüente que matou, que feriu, que assaltou, que perturbou a tranqüilidade alheia, não mais matará, não mais ferirá, não mais assaltará, não mais perturbará a ninguém porque foi entregue á Justiça.
É consolador ver o sorriso inocente das crianças alegres seguras nas escolas, nos parques, ao atravessarem as ruas, porque ali estarei sempre atento e vigilante.
Senhor, dai-me coragem e serenidade para enfrentar o inimigo da lei e da sociedade e que nunca, Senhor, nunca, seja obrigado a usar a arma que o Estado coloca em minhas mãos e que eu possa sempre empregar o poder da palavra, da persuasão, da astúcia e da inteligência.
E quando porventura, falharem todos esses argumentos e tiver que empregar a violência, iluminai-me, Senhor, para que eu possa usar tão somente o mínimo necessário.
Dai-me, enfim, coragem, força e ânimo para renovar diariamente, o compromisso solene que prestei perante Vós, de defender a honra e a integridade da pátria e da sociedade até com o sacrifício de minha própria vida.
Cap PM A. Pompeu
segunda-feira, 14 de março de 2011
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