quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

República Socialista do Brasil

Escrito por Paulo Briguet
Goebbels disse: “Aqui eu decido quem é e quem não é judeu”.

Beria disse: “Aqui eu decido quem é e quem não é inimigo do povo”.

As frases de líderes socialistas históricos estão sendo aplicadas em larga escala no Brasil. Aqui o governo e os movimentos sociais de esquerda decidem quem é negro, quem é racista, quem é gay, quem é pobre, quem é honesto, quem pode ser criticado e quem está acima de qualquer crítica.

Após a prisão dos mensaleiros, foi aberta a temporada de vingança na República Socialista do Brasil. As ações do ministro da Justiça estão aí e não me deixam mentir. Mas isso é apenas o começo, meus sete amigos leitores. Em breve, os dossiês contra os supostos inimigos do povo tendem a se multiplicar. No passado tivemos a ditadura militar; agora temos a ditadura militante.

A maior vítima de ataques racistas hoje no Brasil atende pelo nome de Joaquim Barbosa. Onde estão os militantes que não saem em defesa do ministro chamado de “capitão do mato” e “negro traidor”? Ora, a resposta é muito simples: Joaquim não fez o que a esquerda esperava dele. Quer ser ministro do Supremo, tudo bem. Mas condenar petistas já é demais!

Muito se falou nos últimos dias sobre a escravidão no Brasil. As melhores reflexões sobre essa vergonha nacional foram feitas pelo grande líder abolicionista Joaquim Nabuco. Que tal se no próximo Dia da Consciência Negra discutíssemos a obra de Nabuco nas escolas, nos jornais, nas empresas, nas redes sociais? Se o fizessem, as pessoas descobririam que o movimento abolicionista nasceu na Inglaterra, primeira pátria do capitalismo. Existe uma conexão direta entre a liberdade pessoal e a liberdade de empreender. Comparar o comércio de produtos com o comércio de pessoas, como fazem os militantes contemporâneos, é uma falácia típica de diretório acadêmico.

Nos debates sobre o assunto, o que mais me espanta é o silêncio em torno daquele que foi o maior regime de escravidão em todos os tempos: o comunismo. Nabuco, que morreu em 1910, jamais poderia imaginar que a escravidão voltaria com toda a força nos regimes totalitários criados a partir de 1917. O melhor produto criado pelo socialismo foi o tenebroso automóvel Lada; o pior produto foram 100 milhões de cadáveres.

Para compreender a íntima conexão entre socialismo e escravismo, basta ler Animal Farm, de George Orwell (traduzido no Brasil como A Revolução dos Bichos). É espantosa a similaridade com o que está acontecendo em nosso país. Encerro com uma frase do livro que serve para definir a mentalidade governante: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.


Publicado no jornal Gazeta do Povo.

Paulo Briguet é jornalista.

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