Os benefícios de um viver sábio são muito numerosos para serem incluídos em um único livro; entretanto, observemos alguns deles.
A mulher que vive de maneira sábia experimentará, primeiramente, segurança. A mulher sábia é confiante de que está em base segura:
Então, andarás seguro no teu caminho,
e não tropeçará o teu pé.
Quando te deitares, não temerás;
deitar-te-ás, e o teu sono será suave.
(Provérbios 3.23-24)
A mulher sábia não teme, pois confia em
Deus; portanto, não precisa ficar ansiosa. Ela confia em um Deus sábio e
bondoso, que está no controle de todas as coisas. À medida que a
sabedoria aumenta, a ansiedade diminui. O que te faz preocupar-se? As
finanças, seus filhos, seu cônjuge – ou a falta disso? A mulher sábia
entende que Deus é digno de confiança e que Ele pode e fará tudo para o
nosso bem e para Sua glória.
Outro resultado de um viver sábio é orientação.
Algum tempo atrás ouvi alguém dizer que a sabedoria não é algo que Deus
nos dá, mas é algo que Deus faz por nós; esta verdade é reforçada pela
seguinte passagem:
Confia no SENHOR de todo o teu coração
e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos,
e ele endireitará as tuas veredas. (Provérbios 3.5-6)
Isto não significa que a direção de Deus
é condicional à sua confiança; Ele está sempre orientando ativamente as
vidas dos seres humanos. Ainda assim, somente quando confiamos de fato
em Deus e nos submetemos aos seus caminhos, é que experimentamos sua
orientação num caminho reto, e não cheio de desvios frustrantes
provocados por nós mesmas, como aconteceu com Jonas.
Outro benefício da sabedoria é o tranquilo fruir de um senso comum santificado.
Não há questão na vida que as Escrituras não abordem, de alguma forma.
Há situações obscuras que surgem em nossas vidas e as quais a Bíblia não
cita de forma direta. Mas a Palavra de Deus as aborda de alguma forma,
mesmo que indiretamente, e a sabedoria é que nos permite usar a Palavra
para fazer uma aplicação direta sobre as áreas obscuras de nossas vidas.
A sabedoria nos capacita a melhor discernirmos, não apenas aquilo que a
Palavra diz explicitamente, mas também o que a Palavra diz de modo
implícito, e nós somos gradativamente equipados para aplicar tais
verdades a todas as áreas da vida. O senso comum santificado é um
resultado da sabedoria. Ainda há outro resultado do viver sábio: o viver
razoavelmente bom.
Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos,
e o teu coração guarde os meus mandamentos;
porque eles aumentarão os teus dias
e te acrescentarão anos de vida e paz.
(Provérbios 3.1-2)
O livro de Provérbios nos revela como
Deus designou que o mundo funcionasse; portanto, geralmente aqueles que
vivem de acordo com os desígnios de Deus prosperam, por causa disso. Em
outras palavras, os Provérbios não são uma garantia de uma boa vida.
Todos nós experimentamos tempos em que as coisas não vão bem,
independentemente de nossos esforços para seguir os caminhos de Deus, e
isto acontece porque Deus tem muito a nos ensinar por meio do
sofrimento, da mesma forma que Ele também nos ensina abençoando-nos com
os benefícios práticos da sabedoria. É por isso que o melhor é olhar
Provérbios como observações ou princípios, em lugar de vê-los como
promessas.
Devemos manter unidas ambas as coisas –
os benefícios práticos do viver sábio e os benefícios espirituais do
sofrimento – e confiar que o Senhor sabe o que está fazendo em cada
situação.
Dito isto, somos inclinados a suspeitar
de toda essa ideia de deleitarmo-nos num viver próspero. Isso parece tão
mundano! Mas Deus se deleita em abençoar seus filhos, tal como todo
pai. Quando Deus nos abençoa com um tempo de prosperidade, podemos
magoar o coração de Deus, se deixarmos de nos regozijar nisso. Depois de
passar muitos anos economizando dinheiro para comprar uma casa, uma
amiga minha foi abençoada com a oportunidade de ter sua linda casa. Mas
não podia se deleitar completamente nisso, e disse: “Fico esperando a
gota d’água. Se Deus me concedeu isso, o que será que ele está se
preparando para tirar?” Tal pensamento rouba tanto de Deus como de nós, o
prazer de desfrutar de Suas dádivas. Se Ele nos abençoa com algum bem
material, temos liberdade de usufruir. Como Salomão escreveu: “nada há
melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o
bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus”
(Eclesiastes 2.24).
Outro benefício da sabedoria é a felicidade:
Feliz o homem que acha sabedoria,
e o homem que adquire conhecimento;
porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata,
e melhor a sua renda do que o ouro mais fino.
Mais preciosa é do que pérolas,
e tudo o que podes desejar não é comparável a ela. (Provérbios 3.13-15)
Você pode pensar numa definição melhor
para a felicidade? Se somos crentes infelizes, o problema não está nas
circunstâncias; está em nossa interpretação das circunstâncias, uma
interpretação que não possui sabedoria. Mesmo as ocasiões infelizes
podem ser vividas com alegria e paz, quando lembramos quem as ordenou e
que Ele as permitiu por uma boa razão. A mulher sábia reconhece que a
felicidade profunda e duradoura nunca será encontrada nas
circunstâncias, mas apenas na Sabedoria, que é o próprio Cristo.
Outro fruto da sabedoria é o auto-conhecimento.
João Calvino disse que antes de conhecermos a nós mesmos, precisamos
conhecer a Deus. Somente Deus realmente conhece e entende nossos
corações, é claro; mas, quanto mais conhecemos a Deus, mais conheceremos
a nós mesmas. O auto-conhecimento – e uma parte dele é a consciência de
nossa fraqueza pessoal – é vital para resistirmos às tentações, uma vez
que as tentações nos atingem em áreas em que somos fracas. A mulher que
conhece a Deus está mais capacitada a reconhecer quando está prestes a
cair em pecado, e está, portanto, mais preparada para lidar com ele de
modo inteligente. O autoconhecimento é um fruto da sabedoria.
Pois debalde se estende a rede à vista de qualquer ave. (provérbios 1.17)
Trecho do livro “Mulheres Sábias”, de Lydia Brownback, futuro lançamento da Editora Fiel para Maio/2013
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