Retornando às atividades perante a promotoria de defesa do meio
ambiente, tenho constatado que a maior parte das reclamações e denúncias está ligada à questão da poluição sonora.
A quantidade de casos a envolver som alto e incômodo, principalmente por
atividades profissionais barulhentas, boates, casas de show, parques infantis,
circos, templos, bares ou mesmo o tal do ‘vizinho barulhento’ chega
a ser impressionante.
Nessa onda de ‘os incomodados que se mudem’, também impressiona a falta
de noção dos barulhentos pelo fato de se acharem no direito de perturbar,
incomodar, transtornar e não estarem nem aí para o semelhante.
São raríssimas as pessoas que assumem o erro e se manifestam no sentido
de cessarem a perturbação.
A
maioria (quase totalidade) dos transgressores sempre aponta uma
desculpa ou justificativa, tais como ‘o povo tem direito a se divertir’,
‘todo mundo
faz assim’, ‘já não há lazer disponível na cidade’, ‘não é tão alto
assim’, ‘é
muita burocracia para legalizar’, ‘é birra desse vizinho’, ‘preciso
trabalhar e
minha família depende disso’, etc.
Se a balbúrdia estiver ligada a alguma festividade ou ‘pão e circo’, aí então surge
uma cáfila de gente a fazer abaixo-assinado, postar críticas no twitter,
facebook e no mural da mãe Joana, criticando os poderes públicos que ‘barraram’
a bagunça ilegal!
Nessa linha, você não encontra ninguém, destaco, ninguém dessas pessoas que são a favor da barulheira que esteja
na linha de mira do incômodo: são sempre os que se aproveitam do barulho mas que
moram bem distante do problema.
Isso me leva a adaptar o adágio para “barulho no ouvido dos outros é
refresco’ e a certeza de que é fácil reclamar quando a sua saúde não é a que está sendo afetada!
Comprovado por meios científicos (se bem que nem precisa ser expert para
saber) a pessoa passa por situação de afetação à sua saúde física e mental,
quando submetida constantemente à perturbação, mormente a sonora.
Irritação, falta de concentração, nervosismo, ansiedade, transtorno do
sono, disfunção gástrica, arritmia, descompensação hormonal, perda ou
diminuição auditível, estresse, e uma gama de problemas derivados dessa
perturbação atingem a vida diária, não apenas ‘aquele momento do barulho’.
O trabalho não renderá, as relações humanas serão irritadiças, as
decisões prejudicadas, o humor afetado e uma doenças puxará outra.
Mas se a manada que perturba não tem senso de respeito a vida dos
outros, não será o conhecimento sobre tais consequências que deterá o caos que
a cada dia se contata.
Há de serem tomadas medidas enérgicas de prevenção e repressão sim!
Aliás, esses cérebros de alto falante acharam que tais transtornos não passam de balela, besteira, frescura..
E
assim, chega-se a um ponto em que, conforme me disse uma senhora que
toda semana não consegue dormir de quinta a domingo em virtude de um bar
com música ao
vivo, ‘parece que os certos estão errados e que os que respeitam os outros é
que são minoria nesse país’.
Sinceramente...às vezes a impressão chega a ser essa...
Então, além de defesa do meio ambiente, será que passamos a defender os ‘direitos
de minoria’?
Fonte: blog "CONSIDERANDO BEM..."
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