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Governo
Ela
já nos mostrou que não adianta reclamar: continuaremos sem policiais,
sem presídios, sem uma legislação penal que sirva à sociedade e não ao
bandido.
A primeira e principal lição foi sendo ministrada aos poucos. Era difícil, mas não impossível. Tratava-se de fazer com que a sociedade ingerisse enrolada, como rocambole, a ideia de que a criminalidade deriva das injustiças do modelo social e econômico. Aceita essa tese, era imperioso importar alguns de seus desdobramentos para o campo do Direito. Claro. Seria perverso tratar com rigor ditas vítimas da exclusão social. Aliás, a palavra "exclusão" e seu derivado "excluído", substituindo "pobre" e "pobreza", foram vitais para aceitação da tese e sua absorção pelo Direito Penal.
Espero
ter ficado claro aos leitores que a situação exposta acima representa
uma versão rasteira da velha luta de classes marxista. Uma luta de
classes por outros meios, travada fora da lei, mas, paradoxalmente, sob
sua especial proteção. Por isso, a impunidade é a aposta de menor risco
desses beligerantes. Por isso, no Brasil, o crime compensa. Por isso,
também, só os muito ingênuos acreditarão que um partido que pensa assim
pretenda, seriamente, combater a criminalidade. Afine os ouvidos e
perceberá o escandaloso silêncio, silêncio aliás de todos os poderes de
Estado sobre esse tema que é o Número Um entre nós. Ou não?
Portanto,
olhando-se o tecido social, chega-se à conclusão de que o grande
excluído é o brasileiro honesto, quer seja pobre ou não. O outro, o que
enveredou para as muitas ramificações do mundo do crime, leva vida de
facilidades sabendo que tem a parceria implícita dos que hegemonizam a
política nacional. Nada disso estaria acontecendo sem tal nexo.
Viveríamos
uma realidade superior se o governo construísse presídios, ampliasse os
contingentes policiais e equipasse adequadamente os agentes da lei, em
vez de gastar a bolsos rotos com Copa disto e daquilo, trem bala,
mordomias, comitivas a Roma e por aí vai. Viveríamos uma realidade
superior se o Congresso produzisse um Código Penal e um Código de
Processo Penal não benevolentes, não orientados para o descumprimento da
pena, mas ordenados à sua rigorosa execução. Viveríamos uma realidade
superior se os poderes de Estado incluíssem entre os princípios
norteadores de suas ações a segurança da sociedade e os direitos humanos
das vítimas da bandidagem. Viveríamos uma realidade superior se o
Direito "achado nas ruas", que inspira ideologicamente a atuação de
tantos magistrados, fizesse essa coleta nas esquinas, mas ouvindo os
cidadãos, os trabalhadores, os pais de família, em vez de sintonizar a
voz dos becos onde a criminalidade entra em sintonia com a ideologia.
O
leitor sabe do que estou tratando aqui. Ele reconhece que, como escrevi
recentemente, já ocorreu a Tomada do Brasil pelos maus brasileiros.
Perdemos a guerra. O crime já venceu. Estamos na fase de requisição dos
despojos que devem ser entregues aos vencedores. Estamos pagando, em
vidas, sangue e haveres, a dívida dos conquistados. Saiba, leitor, que a
parcela da esquerda que nos governa há mais de duas décadas, mudando de
nome e de pêlo, mas afinada, em tons pouco variáveis pelo mesmo
diapasão ideológico, está convencida de que se trata disso mesmo. É a
luta de classe por outros meios e com outros soldados. Queixemo-nos ao
bispo, se o bispo não cantar na mesma toada.
É
a pedagogia do crime. Ela já nos ensinou a não reagir. Ela já nos disse
que a posse de armas é privilégio do bandido. Ela já advertiu os
policiais sobre os riscos a que se expõem ao usar as suas. Ela já nos
mostrou que não adianta reclamar: continuaremos sem policiais, sem
presídios, sem uma legislação penal que sirva à sociedade e não ao
bandido. Isso tudo já nos foi evidenciado. Trata-se, agora, de entender
outras ordens do poder fora da lei. Devemos saber, por exemplo, que esse
poder se enfurece quando encontra suas vítimas com tostões no bolso. O
suposto direito nosso de carregarmos na carteira o dinheiro que bem
entendermos confronta como o direito dos bandidos aos nossos haveres.
Por isso, cada vez mais, agridem, maltratam e executam, friamente, quem
deixa de cumprir seu dever de derrotado. Tornamo-nos súditos, sim, não
do Estado brasileiro, mas daqueles que tomaram a Nação para si. Seja um
bom discípulo da pedagogia que a esquerda nos proporcionou. Não
desatenda as demandas dos bandidos. O leão da Receita é muito mais
manso.
Fonte: midia sem mascara
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