Aquilo que começou como uma demanda legítima, a luta por direitos iguais para determinadas minorias, tornou-se um movimento organizado e intolerante que busca privilégios, rejeita a igualdade perante as leis e asfixia as liberdades individuais, ao ignorar a menor minoria de todas: o indivíduo.
O pêndulo exagerou para o outro lado, e hoje corremos o risco de viver sob uma ditadura do politicamente correto, em que a narrativa de vitimização coletivista impede qualquer debate racional. Gente rancorosa, sem senso de humor, sem capacidade de tolerar as divergências, tem tomado conta dessas bandeiras “progressistas” e, em nome das minorias, ataca com virulência todos aqueles que não rezam pela mesma cartilha.
Dois casos recentes demonstram como as coisas saíram do controle. No primeiro, uma torcedora do Grêmio se exalta em um estádio de futebol e xinga o goleiro de “macaco”, ato execrável que merece repúdio. Mas a reação é desproporcional. Os “fascistas do bem” assumem a face de herdeiros da abjeta Ku Klux Klan com o sinal invertido, e querem apedrejar sua casa, estuprá-la, queimá-la viva.
Uma turba ensandecida passa a aplaudir os “justiceiros”, como se não bastasse a punição legal. Querem sangue. Querem linchamento público. E todo esse ódio, claro, em nome de seu combate ao preconceito e à intolerância. São almas bondosas, dispostas a sacrificar alguns para purificar o mundo de todos os pecados.
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Rodrigo Constantino
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