O violento avanço dos terroristas do Estado Islâmico (EI) no Iraque tem ceifado muitas vidas, principalmente a de cristãos. Segundo matéria da ‘Veja’, um idioma ameaçado pela insanidade dos jihadistas é o aramaico. No país, cerca de 20.000 pessoas são majoritariamente cristãos e ainda falam o neo-aramaico assírio, evolução da língua usada por Jesus Cristo há mais de 2.000 anos.
A situação do aramaico ficou ainda mais delicada após a queda das cidades de Mosul, Qaraqush, Tel Kepe e Karamlesh, invadidas pelos jihadistas sunitas. Localizadas na província de Nínive, no norte do país, nessas cidades e em pequenas vilas próximas delas, estavam as únicas escolas primárias e secundárias de aramaico do Oriente Médio, que foram abandonadas às pressas.
Segundo últimas estimativas, ainda da década de 1990, a população falante de aramaico no mundo era de 500.000 pessoas, sendo que metade vivia no norte iraquiano. Hoje, os especialistas são unânimes em afirmar que a sondagem da década de 1990 era um exagero e que o quadro atual é desanimador. Estima-se que haja no mundo todo apenas 30.000 pessoas que falam aramaico, sendo que dois terços são iraquianos que habitam o norte do país.
Cristãos sofrem no Iraque
O Iraque está entre os cinco países onde os cristãos são mais perseguidos. Segundo a Agência Internacional de Notícias Assíria (AINA), milhares de cristãos têm fugido de suas casas para sobreviver à perseguição dos terroristas islâmicos.
Em um caso recente, membros do Estado Islâmico forçaram uma mulher cristã assíria e sua mãe idosa a abandonar sua casa pela segunda vez, no Iraque. Elas voltaram para casa em Mosul, na esperança de pegar alguns dos pertences que deixaram com um vizinho muçulmano. Foi então que descobriram que esta família havia fugido para Kirkuk por não aguentar viver sob o domínio dos terroristas.
A filha disse que teve o cuidado de manter a discrição: só saía de casa para fazer compras, completamente coberta com o véu. No entanto, apenas quatro dias depois, três membros do EI invadiram a casa e as ameaçaram, dizendo que deveriam se converter ao Islã, ir embora ou morrer.
Depois de se recusarem a se converter, foram levados para o chefe do Estado Islâmico em uma mesquita em Nova Mosul. Quando chegaram lá, o chefe disse para elas que “não há lugar para infiéis no estado de Nínive”.
Como era quase meia-noite, as mulheres pediram permissão para ficar na cidade até de manhã. O pedido foi atendido, mas elas foram proibidas de voltar para casa porque a mesma já havia sido confiscada pelo EI e, por isso, tiveram de dormir na casa de um vizinho.
Após o regresso ao acampamento provisório de Dohuk, a filha afirmou que não tinha nenhum desejo ou esperança de algum dia voltar a Mosul.
Fonte: Portas Abertas e Veja
via verdadegospel
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