Em época de eleição, os banqueiros viram os grandes párias da nação, responsáveis por todos os males que nos assolam. Não falo apenas de uma Luciana Genro da vida, com discurso caricato da esquerda radical acusando o “capital financeiro” como se fosse um Hitler. Falo das principais candidatas mesmo.
Dilma e Marina resolveram trocar farpas para ver quem é a mais camarada dos grandes bancos. A presidente disparou que Marina seria a “candidata dos banqueiros”, fazendo alusão ao fato de que conta com o apoio de Neca Setubal, acionista do Itaú, e também ao seu programa de governo que prega autonomia do Banco Central, como se isso fosse interesse apenas dos grandes bancos, e não do povo brasileiro como um todo.
O PT é mesmo muito cara de pau. Acusa os adversários, que trata como inimigos, daquilo que faz. Marina rebateu que foi a própria Dilma quem recebeu mais financiamento de campanha dos bancos, e acusou de “autoritária” sua visão sobre autonomia do Banco Central.
Quando Dilma diz que não tem banqueiro a apoiando, portanto, mente. O PT em geral e Dilma em particular têm sido como pai e mãe para os bancos. Quando o Banco Votorantim teve dificuldades financeiras por operações equivocadas na área de câmbio, por exemplo, o governo usou o Banco do Brasil para socorrê-lo. Quem defende os banqueiros?
O Santander, cujo presidente faleceu hoje, tinha relação extremamente próxima (ou promíscua) com o governo, Emilio Botín era amigo pessoal de Lula, e o banco espanhol tinha na Petrobras um grande cliente. Seu economista-chefe Alexandre Schwartsman chegou a ser demitido quando ousou criticar o então presidente da estatal em evento público.
A história se repetiu depois. Quando analistas do banco ousaram relatar um fato aos clientes, sobre a alta das bolsas sempre que Dilma caía nas pesquisas, o próprio Botín pediu desculpas em público e demitiu os envolvidos, para não ficar mal com o governo. Amigos ou inimigos?
O Banco BTG Pactual, de André Esteves, fez um “negócio da China” com a Caixa no Banco Panamericano, em uma operação que levantou muitas suspeitas na época. O BTG Pactual jádoou R$ 3,25 milhões, enquanto duas empresas do grupo doaram outros R$ 3,25 milhões, para a campanha de Dilma até agora.
Em relação ao lucro dos dois maiores bancos privados do país, podemos ver que não têm do que reclamar também. Enquanto a economia caminhava rumo à recessão, o lucro do Itaú e do Bradesco disparava:
Notem que mesmo a partir de 2010, quando Dilma assumiu o poder, o lucro dos bancos subiu bem, enquanto a indústria, por exemplo, amarga uma crise sem precedentes. O próprio ex-presidente Lula já reclamou das críticas dos banqueiros, alegando que deveriam estar felizes, pois “nunca antes na história deste país” os bancos ganharam tanto dinheiro.
Logo, fica claro para todos que o PT apenas mente, tenta uma vez mais enganar a população ignorante, usar sua máquina de propaganda enganosa para associar os demais candidatos aos banqueiros “leprosos”, em um país que ainda acredita que bancos apenas exploram de forma parasitária o povo, que deveria ser protegido pelo estado benevolente. É tudo muito absurdo. Mas isso é o PT…
Rodrigo Constantino
Nenhum comentário:
Postar um comentário