A carta-manifesto do aluno que se recusou a fazer um trabalho sobre Marx na faculdade, por saber que seu professor marxista não aceitaria críticas duras sem contrapartida na nota, deu o que falar aqui no blog. Já foram mais de 40 mil views diretos no texto, e muitos marxistas saíram da toca nos comentários.
São minoria, como podemos ver pela expressiva quantidade de gente (15
mil) que aprovou o texto, recomendando o mesmo na rede social. Mas é
uma minoria barulhenta. E mostra como a doutrinação marxista atingiu
patamares alarmantes no Brasil.
Muitos fingem não ser marxistas, mas logo deixam a máscara cair.
“Mesmo contra Marx, é um absurdo se recusar a estudar um autor etc”.
Claro. Mas quem disse que o aluno se recusou a ler Marx? Ele se recusou a
fazer um trabalho sobre Marx, sabendo antecipadamente que seu
professor, marxista como a maioria, não teria isenção no julgamento.
As pessoas decentes estão cansadas de ter que perder tanto tempo de
sua formação lendo e falando sobre um pulha que só defendeu ideias
absurdas, influenciou tragédias e foi canalha em sua vida. Marx merece a
lata do lixo da história das ideias! Mas dizer isso, ó céus!, ofende os
acadêmicos “abertos” ao debate de todas as vertentes (sei, sei…).
O episódio me deu vontade de iniciar uma série nova, “refutando o marxismo”. Ontem mesmo já postei um texto mais técnico, com base em Bohm-Bawerk. Agora segue outro, mostrando como o marxismo, na verdade, não passa de uma seita religiosa.
A seita marxista
Poucos intelectuais exerceram tanta influência direta como Karl Marx.
Suas idéias, afinal, foram colocadas em prática por seguidores
convictos como Lenin, Stalin e Mao Tse-Tung, sacrificando milhões de
vidas no altar da utopia. O marxismo pretendia ser científico, e tal
termo era comumente usado pelo próprio Marx. Seria crucial, então,
analisarmos quão científica era sua obra.
Como o estudo da vida de Marx deixa claro, ele não tinha as
características de um cientista que se interessa na busca da verdade.
Mais parecia um profeta, interessado em proclamá-la. Até mesmo o
economista Schumpeter, que fez uma análise obsequiosa de Marx,
reconheceu que o marxismo é uma religião e Marx era uma espécie de
profeta.
Seu tom messiânico e seu escrito escatológico, influenciado pelo pano
de fundo poético, nada tinham de científico. Sua visão apocalíptica de
uma catástrofe imensa prestes a se abater sobre o sistema vigente
desprezava a necessidade de evidências sustentadas pelos fatos. Tal
característica conquistou muitos seguidores pelo desejo de crer no fim
próximo do capitalismo, dispensando o uso da razão para tanto. Os slogans ajudavam na propaganda, assim como a promessa de salvação.
Marx tinha um bom talento como jornalista polêmico, e sabia usar
aforismos de forma inteligente, ainda que a maioria tenha sido copiada
de outros autores, e não criada por ele. Mas seu mérito residia no uso
das palavras para instigar sentimentos e revolta nos leitores. A
elaboração de sua filosofia foi um exercício de retórica, sem a
sustentação de sólidos pilares.
Distanciado do mundo real, em seu bunker intelectual, ele iria
fazer de tudo para confirmar suas ideias já preconcebidas. Afirmava ser
o defensor dos proletários, e até onde sabemos, nunca esteve numa
manufatura ou fábrica. Seus aliados eram intelectuais de classe média,
como ele, e havia inclusive certo desprezo pela classe trabalhadora.
Um cientista sério busca dados novos que possam contradizer suas
teses. Marx nunca fez isso; pelo contrário: tentava encontrar o tipo
certo de informação, adequada para suas teorias já definidas. Toda a sua
abordagem era no sentido da justificação de algo declarado como sendo a
verdade, não na investigação imparcial dos fatos. Era a convicção não
de um cientista, mas de um crente.
Os dados estariam subordinados aos seus trabalhos de pesquisa, tendo
apenas que reforçar as conclusões alcançadas independentemente deles.
Com tal método, foi escrita sua obra clássica, Das Kapital,
repleta de contradições, dados errados ou defasados, fontes suspeitas ou
mesmo manipulações e falsificações. Assim como na obra do seu colega
Engels, o descaso flagrante e a distorção tendenciosa estão presentes
nos escritos de Marx, como prova de uma desonestidade inequívoca. Em Os Intelectuais, Paul Johnson fez uma análise detalhada desses erros todos.
Alguns exemplos merecem destaque para a melhor compreensão desta
total falta de compromisso com a verdade, premissa básica para qualquer
um que se considera um cientista. Marx utilizou informações obsoletas
quando interessava, já que as novas não validavam suas alegações. Em
exemplos gritantes, usava casos de décadas atrás para mostrar uma
suposta conseqüência nefasta do capitalismo, sendo que o próprio
capitalismo tinha feito a situação perversa desaparecer.
Ele escolheu também indústrias onde as condições de trabalho eram
particularmente ruins, como sendo típicas do capitalismo. Entretanto,
esses casos específicos eram justamente nas indústrias onde o
capitalismo não tinha dado o ar de sua graça, e as firmas não tinham
condições de implantar máquinas, por falta de capital.
A realidade gritava que quanto mais capital, menor o sofrimento dos
trabalhadores. Marx não tinha o menor interesse em escutar este brado
retumbante dos fatos. Salvar a teoria, e em última instância seu ódio ao
capitalismo, era mais importante que a verdade. Chamar isso de
científico beira o absurdo completo. Schumpeter admitiu que Marx estava
quase sempre errado, e Keynes considerou Das Kapital um livro obsoleto, cientificamente errado e sem aplicação no mundo moderno.
No fundo, podemos tentar buscar os motivadores de Marx em alguns
aspectos de seu caráter. Ele alimentava um profundo gosto pela
violência, tendo deixado isso claro ao longo de toda a sua vida.
Desejava ardentemente o poder. Mostrava uma inabilidade irresponsável e
infantil de lidar com dinheiro, sendo vítima constante de agiotas. E
mostrava uma tendência de explorar os que se encontravam a sua volta,
incluindo família e melhores amigos.
Provavelmente, seu rancor refletia uma frustração em possuir certas
potencialidades mas ser incapaz de exercê-las de forma mais efetiva.
Marx levou uma vida boêmia e ociosa durante sua juventude. Mostrou uma
enorme incapacidade de lidar com dinheiro, gastando sempre muito mais
que recebia, tendo que parasitar nos familiares e amigos ou recorrer aos
agiotas.
Isso pode estar na raiz de seu ódio ao sistema capitalista e também
seu anti-semitismo, já que os judeus praticavam normalmente a usura. Ele
pegava dinheiro emprestado, gastava de forma insensata, e depois ficava
nervoso com a cobrança. Passou a ver os juros como um crime contra a
humanidade, uma exploração do homem pelo homem. Não o interessava
verificar que o problema estava, de fato, em sua completa
irresponsabilidade.
Chegou ao ponto de ser deserdado pela mãe, que recusou pagar suas
dívidas certa vez. Foi procurar refúgio em Engels, um rico herdeiro e a
maior fonte de renda de Marx, que passava então a viver como pensionista
de um rentier. Sua mulher, de família aristocrata, também foi
uma fonte de recursos para Marx. Aquele que considerava o trabalho uma
exploração, nunca quis muito saber de trabalhar ou de se relacionar com
trabalhadores, orgulhava-se da nobre descendência de sua esposa e ainda
vivia às custas do dinheiro dos outros.
Poucos são os casos, em minha opinião, onde um só intelectual
concentra tantas idéias estapafúrdias. Fora isso, o desprezo por Marx
aumenta mais quando conhecemos sua vida e seu caráter, sem falar do fato
de que a concretização de seus ideais derramou um oceano de sangue
inocente. Por fim, a autoproclamação de que tanto absurdo e contradição
tem um respaldo científico é um crime contra a ciência e a razão. Se a
religião é o ópio do povo, como Marx dizia, o marxismo é o crack.
Seus seguidores – e eles são muitos ainda, principalmente entre os
intelectuais – precisam desprezar o uso da razão para manter a fé
dogmática no marxismo. Não foi a razão que falhou nas idéias de Marx.
Foi a falta dela, necessária para salvar o dogmatismo presente na seita
que é o marxismo.
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