O pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
concedeu uma extensa entrevista falando sobre as questões que o colocaram sob
os holofotes nacionais durante o primeiro semestre deste ano.
Eleito presidente da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Feliciano tornou-se
alvo primário dos ativistas gays e militantes de partidos de esquerda que
compõem o grupo de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), a quem
ajudou eleger.
A entrevista foi concedida ao
blogueiro e ativista Julio Severo, e Feliciano falou sobre os mais diversos
temas.
Segundo o pastor e deputado
federal, a oposição ferrenha a ele por parte dos partidos de esquerda se dá por
sua atuação como parlamentar desde que assumiu o mandato, e não apenas por sua
postura como presidente da CDHM.
“As esquerdas brasileiras odeiam a
tudo e a todos que servirem de bloqueio aos seus nefastos projetos
progressistas. Desde que fui eleito em 2010, honrando os votos do meu segmento
cristão, me dobrei diante dos temas que me eram interessantes e para minha
surpresa encontrei quase 200 projetos que transformavam gays em uma super-raça.
Hoje num pente fino bem apurado, descobri tramitando pela Câmara dos Deputados
mais de 900 projetos que ferem a família tradicional, as igrejas e a liberdade
de expressão. Tornei-me uma espécie de ‘guarda-costas’ da família. Bem antes da
CDHM eu já havia, por exemplo, pedido o impeachment de um ministro do STF por
ter antecipado o voto sobre o aborto dos bebês anencéfalos. Fiz isso junto com
o já falecido Dom Bergonzini, bispo de São Paulo. Fui também autor de um PDC de
plebiscito sobre o casamento homossexual. Tive várias batalhas em comissões e
no plenário quando o assunto era orientação sexual, e desde então me
transformaram em inimigo público. Quando meu nome foi indicado para CDHM, a
oposição surtou. Afinal, não era um deputado numa mísera comissão sem
expressão. Era o deputado conservador, alguém basicamente de direita assumindo
uma comissão criada exclusivamente pela e para a esquerda”, disse Feliciano.
No meio evangélico, o pastor da
Assembleia de Deus Catedral do Avivamento recebeu críticas de diversos líderes,
que discordavam do teor de suas opiniões teológicas e posturas políticas. Julio
Severo questionou Feliciano especificamente sobre as críticas emitidas contra
ele pelo pastor Ariovaldo Ramos, atualmente pastor auxiliar da Igreja Batista
de Água Branca (IBAB).
“Um belo dia recebi uma ligação de
alguém ligado ao Ariovaldo, dizendo que ele queria me ouvir antes de se
pronunciar. Confesso, nunca antes havia ouvido falar dele. Segui a ordem
bíblica: ‘segui a paz com todos’. Fui ao encontro desse senhor que me recebeu
com vários outros senhores que compunham a diretoria da Aliança Evangélica. Por
mais de uma hora dei minhas explicações, denunciei como as coisas funcionavam
em Brasília, falei das centenas de projetos que ameaçavam a liberdade de culto
e a destruição da família tradicional, etc. Contudo, fui questionado como eu me
comportaria diante das reivindicações dos índios, dos pobres, questões sociais,
e então percebi que estes senhores, amigos do peito do governo esquerdista,
nada se preocupavam com as minhas preocupações. Eram apenas ativistas,
preocupados em não provocar uma ‘guerra’ santa, me aconselhando a não ser
intolerante, me doutrinando sobre o perfeito governo de Lula e os bons relacionamentos
com o Ministro da Casa Civil Gilberto de Carvalho. Um dos meus assessores que
me acompanhava, me confidenciou: esse cidadão (Ariovaldo) não é dos nossos…
Dias depois vi que essa palavra se cumprindo: Ariovaldo e os outros já haviam
assinado um documento público contra mim, antes da reunião, e depois dela não
deram uma nota sequer”, queixou-se o pastor Marco Feliciano.
Perseguição pessoal
Feliciano ressaltou que, durante o
ápice de sua exposição na mídia devido à repercussão de suas falas contra a homossexualidade
e os ativistas gays, ele e sua família sofreram perseguições e agressões
verbais, e as filiais de sua igreja tornaram-se alvos fixos da militância
homossexual.
“[Sofri] perseguição, ameaças de
morte, ataques físicos e humilhações públicas. Minha esposa contraiu uma doença
psicossomática da qual ainda não se recuperou. Minhas filhas menores (10 e 11
anos) precisaram de apoio psicológico, pois em um culto os ativistas gays
subiram sobre o meu carro, expondo seus órgãos sexuais, aos gritos, xingamentos,
cusparadas, enquanto minhas crianças estavam no carro, aos gritos e prantos. Eu
emagreci 10 quilos, pois não conseguia me alimentar nem dormir. A mídia foi
cruel, editando mensagens que preguei há mais de 15 anos atrás e todos dias
estampavam em seus jornais e TV. A mídia social foi terrível. Criaram perfis fakes
no Facebook. Por causa disso, a Xuxa me chamou de monstro. Eu ia processá-la,
mas aí li a citação dela, e vi que ela citava algo que eu nunca havia dito.
Procurei e encontrei um perfil fake com mais de 100 frases racistas
supostamente ditas por mim. As igrejas se amedrontaram e não tiro a razão em
alguns casos. Fiquei 4 meses sem poder pregar. Tenho um ministério de igrejas
com pouco mais de 5 anos de trabalho. Os ativistas gays depredaram nossos
templos e fizeram campanha na porta de algumas igrejas proibindo as pessoas de
entrarem. Em algumas cidades pequenas a tormenta foi tão grande que os membros
não tinham mais coragem de ir à igreja, porque ao chegarem lá encontravam os
ativistas gays fumando, se drogando, bebendo e dançando seminus. Fechamos
algumas congregações. E até hoje fazem terrorismo. Descobrem onde vou estar
pregando e pela mídia social ameaçam ir com milhares de pessoas para frente das
igrejas com trios-elétricos”, relatou o pastor.
Marco Feliciano diz ainda que a
interferência em sua vida pessoal ainda não foi interrompida, a exemplo do
protesto feito por militantes dentro de um avião
em pleno voo, e que sua filha
mais velha teve que mudar de país para continuar estudando.
“Hoje, raramente ando em locais
públicos. Quando o faço, se alguém me chama pelo nome, ou se aproxima
abruptamente, meu coração dispara, pois não sei o que vai acontecer e qual será
a intenção da pessoa. Por isso não vou mais a restaurantes, shoppings, e quando
vou me descaracterizo para tentar passar despercebido [...] A minha filha
primogênita, 18 anos, teve que trancar sua matricula escolar aqui no Brasil,
pois o sobrenome Feliciano pesou. Tive que mandá-la para fora do Brasil. Hoje
ela está nos EUA estudando”, lamentou.
Homossexualidade
Apesar da oposição ferrenha a ele,
Feliciano não mudou seu discurso sobre a homossexualidade, e reforçou sua visão
enquanto deputado e pastor: “[A homossexualidade] é um fenômeno comportamental
que está longe de ser compreendido. É um assunto que precisa ser estudado, mas
a militância gay mundial fez com que psicólogos abandonassem o assunto e dessem
por encerrado. O que é lamentável e por que não dizer criminoso. Transformaram
em ‘moda’, e quem irá pagar por isso serão as próximas gerações. O
comportamento gay traz transtornos, angústias, tristezas e desespero. Sinto
muito por eles”.
A atuação dos militantes
homossexuais ameaça, segundo Feliciano, diretamente o direito à crença e culto.
Segundo o deputado, o projeto “PLC 122 é o cadeado que lacrará para sempre a
liberdade de expressão e castigará fortemente a igreja cristã verdadeira”.
A proposta do kit gay nas escolas
públicas também foi comentada por Feliciano: “Sou contra e pago um alto preço
por isso. A assim chamada ‘nova estrutura familiar’ é desonesta, macabra,
pútrida, desgraçada e implacável! Pais cuidem de seus filhos”, alertou.
Para Feliciano, “é claro” que a
revolta da militância gay contra sua permanência à Frente da CDHM tem a ver com
a perda de recursos destinados ao movimento gay: “E também com a perda da
visibilidade na própria Câmara dos Deputados. Embora este ano eles apareceram
mais na mídia, o que deveria ser bom pra eles, foi um verdadeiro tiro no pé. As
pessoas estão acordando e percebendo o que eles fazem de fato”.
Política
“Em 2010 estávamos entre a cruz e o
punhal. De um lado, no segundo turno, estava o PSDB e José Serra, que assumiu
publicamente que era a favor do aborto. Do outro, Dilma, que assinou um
documento público dizendo que era contra o aborto e que em seu governo não o
aprovaria. O que você faria? Eu escolhi o menos pior, o candidato que tinha um
documento físico que poderia ser usado para cobrar a promessa feita. Apoiei
Dilma. Arrependi-me. Para esta esquerda que aí governa, valores só existem
quando é dinheiro”, disparou o pastor Marco Feliciano, sem revelar qual caminho
tomará nas próximas eleições em termos de apoio aos candidatos a presidente.
Candidatura à presidência
O deputado e virtual
candidato a senador em 2014 comentou a postura da ex-senadora Marina Silva,
evangélica que luta para registrar a Rede Sustentabilidade como partido, e
também falou sobre o porquê não se candidatará à presidência da República nas
próximas eleições.
“Eu também me decepcionei com a
nossa ‘irmã’ Marina. Marina é tão de esquerda que o próprio PT não foi radical
o suficiente pra ela. Vejam os que estão ao lado dela na construção da Rede e
entenderão o que falo. Se hoje um partido com tempo de TV me desse a legenda,
eu me candidataria sem medo. Se não for dessa vez, quem sabe na próxima. Estou
em oração. Tenho muito que aprender. Tenho 40 anos de idade e iniciando minha
vida política, lembrando que nunca fui nem vereador. Tenho convicção de que não
estou 100% preparado, mas para isso existem assessorias, ministérios, etc. É um
sonho. Vamos sonhar. Sonhemos com o dia em que ao ouvir a Voz do Brasil, o
jornalista dirá: Com a palavra sua excelência o presidente da Republica
Federativa do Brasil, e o presidente iniciará seu discurso assim: Eu
cumprimento os compatriotas brasileiros com a paz do Senhor!”, comentou.
Fonte:
GospelMais
Divulgação:
www.juliosevero.com
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