A China inaugurou em Xangai
a primeira zona franca do país, projetada como um laboratório das
reformas que o governo promete para reduzir a presença do Estado na
economia e torná-la mais atraente aos investidores estrangeiros.
Além da livre conversão do yuan, a moeda
chinesa, a zona franca de Xangai vai testar a adoção de taxas de juros
determinadas pelo mercado e não pelo Banco do Povo da China (PBOC, o
banco central chinês).
O plano inclui o relaxamento de
restrições ao investimento estrangeiro e ao fluxo de capitais. Será
reduzido o controle sobre 18 áreas do setor de serviços, de transações
financeiras ao comércio marítimo.
Outros setores até agora sob forte
restrição, em que empresas estrangeiras poderão operar na nova zona
franca de forma experimental, são educação, saúde, assessoria legal e
engenharia.
A expansão do setor de serviços é uma
das prioridades do projeto de reformas do governo chinês, que busca
aumentar o consumo nos próximos anos para depender menos de
investimentos e da indústria exportadora.
Na cerimônia de abertura, 36 empresas
ganharam licença para operar na nova zona franca, que cobre uma área de
28,78 quilômetros quadrados na periferia de Xangai.
Por ora, só dois bancos estrangeiros terão operações na área, Citigroup e DBS, de Cingapura.
Em um sinal da expectativa gerada pela
nova zona franca, a mídia estatal chegou a compará-la com a primeira
Zona Econômica Especial de Shenzhen, criada em 1980, que tornou-se um
símbolo da pioneira abertura econômica inaugurada pelo então presidente,
Deng Xiaoping.
A China comunista só conseguiu criar escravidão e miséria, como todo
regime comunista. A partir da década de 1980, com o pragmatismo de Deng
Xioping, uma série de reformas liberalizantes teve início, cedendo mais
espaço para o mercado. O resultado está aí para todos verem.
Ainda há muito controle estatal, principalmente nos bancos. Nos
último anos, após a crise, o governo recuou na abertura e liberalização,
aumentando o poder das estatais. Agora está flertando novamente com
mais capitalismo.
Somente um choque de mercado pode garantir um crescimento
sustentável. O estado não tem condições de agir como um empreendedor
eficiente, pois o mecanismo de incentivos não é adequado, e a informação
não flui livremente via preços na economia.
Enquanto o governo Dilma controla cada vez mais a economia, a China
comunista se abre mais e mais para a globalização capitalista. O
capitalismo de estado do PT parece mais socialista do que o “socialismo”
chinês!
PS: Claro que zonas francas não são o ideal sob o ponto de vista
liberal, pois criam privilégios injustos. Basta pensar em Manaus. Mas
não deixa de ser um passo importante do PCC testar essa zona de maior
liberdade em seu quintal. Fechar-se para o capital estrangeiro ou
dificultar sua entrada é a receita certa do fracasso.
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