NOVA IORQUE, 30 de agosto (C-FAM) O
tribunal mais elevado da Coreia do Sul sustentou a proibição do aborto de 59
anos nesta semana passada, em meio a uma onda de ativismo pró-vida liderada por
ex-aborteiros.
Breve reportagem da Associated
Press (AP) da decisão, apanhada por vários meios de comunicação, cometeu
negligência ao não mencionar a influência pró-vida na Coreia do Sul. “Os
ativistas [pró-aborto] dizem que as autoridades fizeram vista grossa aos
abortos durante décadas até medidas duras em anos recentes devido à baixa
natalidade da Coreia do Sul”, relatou a AP.
O que mudou dramaticamente a
dinâmica foi que o governo, que havia durante décadas incentivado os médicos a realizar
abortos como meio de controle populacional para promover crescimento econômico,
expressou seu apoio oficial a uma organização pró-vida pela primeira vez. Por
causa disso, “o terreno político das políticas de aborto na Coreia do Sul está
mudando drasticamente”, disse o pesquisador Young-Gyung Paik.
Coreia do Sul: cada vez mais pró-vida |
O documento de 2012 de Young-Gyung
mostrava que o ativismo pró-vida, há muito marginalizado como “impulsionado
pela religião”, de repente ganhou proeminência: “Foi apenas depois da formação
da organização de médicos chamada ‘Médicos Pró-Vida’ em 2009 que a questão
polêmica do aborto começou a ganhar atenção pública na Coreia do Sul”. “Na
opinião [dos médicos], a baixa fertilidade da Coreia do Sul foi causada por seu
elevado índice de aborto, o qual por sua vez teve como causa as condutas
orientadas pela imoralidade e lucros dos médicos coreanos”, revelou
Young-Gyung.
Ao passo que a mídia coreana pintou
o ativismo pró-vida como uma “guerra entre médicos”, as longas entrevistas de
Young-Gyung com ambos os lados revelou que a onda pró-vida foi fomentada pelo
desenvolvimento de tecnologias médicas neonatais, interesse reduzido em
pesquisas de células-tronco embrionárias, o crescimento do ativismo dos
deficientes físicos bem como preocupações com a redução populacional.
De acordo com um documento
elaborado pela Associação dos Médicos Pró-Vida, os ganhadores da decisão
judicial são as mulheres da Coreia. “A maioria dos abortos era fácil de fazer,
pois os médicos ou as mulheres envolvidos no aborto não eram processados, ainda
que o aborto fosse ilegal”, o documento disse. Mesmo depois que o país se
tornou bem-sucedido economicamente, a “tendência de incentivar o aborto
prevalecia em nossa sociedade, e como consequência, as mulheres costumavam ser
impelidas por pressão social a fazer um aborto”.
“Cri no argumento governamental de
que era certo fazer isso”, Shim Sang-duk disse ao jornal Los Angeles Times em 2010. O médico recebia ameaças de morte e sofria
um grande corte de pagamentos depois de abandonar a prática do aborto. “[Eu
achava que] era bom para o país e que estimulava a economia”, disse Shim, que
fundou a Associação de Médicos Ginecologistas da Coreia para incentivar outros
médicos a parar de realizar abortos e pedir ao governo que aplique as penas da
lei.
Um painel de oito juízes precisava
de seis votos para declarar a lei inconstitucional, mas só obteve quatro,
relatou a AP.
De acordo com a Rádio Austrália,
uma parteira que foi julgada por cumplicidade num aborto desafiou a
constitucionalidade da lei em 2010. Ela apresentou um requerimento contra a
sentença máxima da lei de dois anos para médicos, parteiras, profissionais da
medicina tradicional ou farmacêuticos que realizam abortos ilegais. O tribunal
constitucional repudiou o requerimento, argumentando que uma punição mais leve
só tornaria o aborto mais desenfreado, disse o serviço noticioso.
O aborto tem sido ilegal na Coreia
do Sul, exceto em caso de estupro, incesto ou grave desordem genética, desde
1953, mas a lei é rotineiramente ignorada.
Kwak Seung-jun, presidente do
Conselho Presidencial para o Futuro & Visão, disse aos jornalistas em 2010:
“Há poucas pessoas que percebem que o aborto é ilegal. Precisamos trabalhar
para criar um clima em que o aborto seja desestimulado”.
Tradução:
www.juliosevero.com
Fonte:
Friday
Fax
Crianças
das escolas da Coreia do Sul estão livres da imposição de aprender a teoria da
evolução
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