Fotos: Hélio Ribeiro
Um campinho de futebol, uma bola e um professor de capoeira. Esta foi a fórmula encontrada pela Polícia Militar do município de Xapuri, para retirar das ruas crianças em situação de pobreza, com famílias desestruturadas e sujeitas ao submundo do crime.
Quando chegou à terra de Chico de Mendes, em 2008, o capitão Denílson deparou-se com um quadro alarmante de usuários de entorpecentes e crimes violentos. De imediato, juntamente com os policiais de lá, fez um levantamento das “bocas de fumo” e passaram a trabalhar repressivamente prendendo e retirando de circulação dezenas de traficantes. Com esse trabalho os policias militares notaram que somente a repressão aos crimes não estava surtindo o efeito esperado, pois ao retirar o traficante de circulação,
Quando chegou à terra de Chico de Mendes, em 2008, o capitão Denílson deparou-se com um quadro alarmante de usuários de entorpecentes e crimes violentos. De imediato, juntamente com os policiais de lá, fez um levantamento das “bocas de fumo” e passaram a trabalhar repressivamente prendendo e retirando de circulação dezenas de traficantes. Com esse trabalho os policias militares notaram que somente a repressão aos crimes não estava surtindo o efeito esperado, pois ao retirar o traficante de circulação,
Em bairro carente, crianças observam a viatura da PM
outro, logo assumia o seu lugar. “Era um círculo vicioso, a cadeia já estava lotada de gente e o tráfico continuava a se expandir” revelou o comandante.
Plano B
Para dar um fim àquela situação, a PM optou pela implantação do antigo projeto “Polícia da Família”, que consistia em atuar diretamente como policia comunitária nos bairros pobres. De início, os policiais buscaram reunir-se nas igrejas com representantes de bairros carentes, pais e professores e passaram a ministrar palestras na tentativa de resgatar a educação pautada nos princípios morais e éticos. Após essa primeira fase, reativou-se o antigo grupo de escoteiros mirins do município e, logo em seguida, foram montados dois times de futebol, além de um grupo de capoeira.
Com estas ações simples, a PM de Xapuri conseguiu reunir na época, mais de duzentas crianças. Agora, decorrido três anos do início do projeto, esses jovens continuam se reunindo durante toda a
Para dar um fim àquela situação, a PM optou pela implantação do antigo projeto “Polícia da Família”, que consistia em atuar diretamente como policia comunitária nos bairros pobres. De início, os policiais buscaram reunir-se nas igrejas com representantes de bairros carentes, pais e professores e passaram a ministrar palestras na tentativa de resgatar a educação pautada nos princípios morais e éticos. Após essa primeira fase, reativou-se o antigo grupo de escoteiros mirins do município e, logo em seguida, foram montados dois times de futebol, além de um grupo de capoeira.
Com estas ações simples, a PM de Xapuri conseguiu reunir na época, mais de duzentas crianças. Agora, decorrido três anos do início do projeto, esses jovens continuam se reunindo durante toda a
Time de futebol: crianças dos bairros Sibéria e Bolívia
semana para jogar futebol e treinar capoeira ao invés de ficarem pelas ruas, carentes de cultura e lazer.
“No começo, essas crianças corriam de medo quando avistavam uma viatura nossa, hoje, elas correm ao nosso encontro e têm, a nós policiais, como uma referência de princípios morais e éticos,” comentou o sargento Airton, que assim como todos os militares daquele município, participa voluntariamente dos projetos.
Os policiais instrutores aproveitam os momentos de encontro para orientar as crianças a seguirem o caminho do bem, ensinando-os a respeitar o próximo despertando valores como honestidade, verdade e responsabilidade. Cinco bairros periféricos daquele município, que fica distante 180 km da capital, foram contemplados com o projeto, são eles: Sibéria, conjunto habitacional Constantino Melo Sarkis, Pantanal, e Laranjal, sendo este último, considerado o mais violento.
“No começo, essas crianças corriam de medo quando avistavam uma viatura nossa, hoje, elas correm ao nosso encontro e têm, a nós policiais, como uma referência de princípios morais e éticos,” comentou o sargento Airton, que assim como todos os militares daquele município, participa voluntariamente dos projetos.
Os policiais instrutores aproveitam os momentos de encontro para orientar as crianças a seguirem o caminho do bem, ensinando-os a respeitar o próximo despertando valores como honestidade, verdade e responsabilidade. Cinco bairros periféricos daquele município, que fica distante 180 km da capital, foram contemplados com o projeto, são eles: Sibéria, conjunto habitacional Constantino Melo Sarkis, Pantanal, e Laranjal, sendo este último, considerado o mais violento.
Resultados
De acordo com dados repassados pelos militares, no período de 2007 a 2009, houve 6 assassinatos a cada ano. Já em 2010 aconteceram apenas 2 homicídios. Neste ano de 2011, já ocorreram duas mortes, entretanto, a diferença deste ano para os outros foi que as duas mortes ocorreram na zona rural, local não alcançado pelo projeto. “Com esse trabalho conseguimos diminuir a violência consideravelmente, agora, estamos buscando apoio para estendermos essas ações para a zona rural. Lá notamos uma mudança negativa no comportamento dos jovens que, com a introdução do projeto ‘Luz no Campo’, consequentemente a televisão também foi introduzida do cotidiano desses jovens que passaram a se comportar como os garotos da cidade usando, por exemplo, cabelos pintados, brincos, piercings, tatuagens e até drogas – comportamentos estes que não existiam há 2 ou 3 anos atrás” disse o capitão.
De acordo com dados repassados pelos militares, no período de 2007 a 2009, houve 6 assassinatos a cada ano. Já em 2010 aconteceram apenas 2 homicídios. Neste ano de 2011, já ocorreram duas mortes, entretanto, a diferença deste ano para os outros foi que as duas mortes ocorreram na zona rural, local não alcançado pelo projeto. “Com esse trabalho conseguimos diminuir a violência consideravelmente, agora, estamos buscando apoio para estendermos essas ações para a zona rural. Lá notamos uma mudança negativa no comportamento dos jovens que, com a introdução do projeto ‘Luz no Campo’, consequentemente a televisão também foi introduzida do cotidiano desses jovens que passaram a se comportar como os garotos da cidade usando, por exemplo, cabelos pintados, brincos, piercings, tatuagens e até drogas – comportamentos estes que não existiam há 2 ou 3 anos atrás” disse o capitão.
Sargento Raimundo - Instrutor de Futebol no bairro Sibéria
O sargento Raimundo, que é um dos instrutores de futebol no bairro da Sibéria disse estar contente em fazer aquele trabalho social. “Nossa maior satisfação é saber que podemos e devemos fazer algo mais que simplesmente reprimir os crimes, é melhor preveni-los dando oportunidades a estas crianças de terem educação e lazer” completou o militar.
Fonte: Site da Polícia Militar
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