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Movimento Revolucionário
Não vai dar pra fazer barulho, não vai dar pra quebrar o patrimônio público, não vai dar pra interromper o trânsito, não vai dar pra impedir milhões de pessoas no Rio e em São Paulo de estudar e trabalhar pacificamente...
Não vai dar pra nada! Nem pra sair sangrando no jornal.
Já não basta ter de gastar em cartolinas, banners, bandeiras, tintas, guaches e 'pilot color' para que as mensagens marxistas sejam lidas a distância; em grafite spray para pichá-las em estações de metrô, prédios e nos próprios veículos de cujo preço da passagem se reclama; em iPhone para registrar a truculência dos policiais fascistas em fotos e vídeos de alta qualidade; em coquetéis molotov para jogar em cima deles, provocando a tão esperada reação abusiva; em mochilas da moda para guardar todo esse imprescindível kit-protesto; em tênis importados para não ficar com bolha no dedão do pé depois do "grande ato"; em casacos de grife com capuz para se proteger do frio enquanto tira uma onda (meio rapper) de manifestante camuflado; e ainda ter de usar o erário das ONGs esquerdistas no pagamento das fianças?
Ora, só falta o preço da maconha e das saias aumentar também. E olha que já tem saia masculina mais cara que a calça de 300 reais que aquela senhora do bolsa-família reclamou de não conseguir comprar pra filha. Se continuar assim, só vai dar pra fazer revolução pedindo grana pro Lulinha.
Ainda bem que existe o prefeito petista Fernando Haddad, sempre disposto a dialogar mansinho e a atender prontamente às reivindicações dos baderneiros com causa, que apenas seguem a recomendação que ele fez em livro de que iniciativas como as do MST deveriam "servir de inspiração para a nossa conduta política". E ainda bem que existe o Luís Nassif para publicar o texto de um novo poeta da depredação anticapitalista, Andre Borges Lopes, para quem esses jovens "incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar."
Você ouviu, não foi? A gente poderia estar estudando, poderia estar trabalhando, poderia estar jogando Farmville, Pearl's Peril ou Jewel Epic no facebook, mas está reensinando você a sonhar, através do clássico expediente comunistinha de atrapalhar a sua vida, seu ingrato.
Então acorde, quer dizer, venha sonhar também com as minorias oprimidas do Movimento Passe Livre, da Juventude do PT, do PSOL, do PSTU e do PCO, e vamos combater juntos a "brutal ofensiva do pensamento conservador" no país, lutando com muita gritaria e animação pelo direito de ir e vir que nossos ídolos socialistas jamais concederam aos seus governados.
Que importa, não é mesmo? Nada mais poeticamente revolucionário do que drepedar, quer dizer, depedrar, ou melhor, drepedrar, de-pê-...
Ah, quebrar tudo por 20 centavos.
Felipe Moura Brasil edita o Blog do Pim.
via midia sem mascara
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