Semana retrasada – usando os dados de 2008
– mostramos que entre os países que ganharam medalhas nas olimpíadas, o
Brasil se saiu muito mal. Comentamos também que simplesmente olhar o
número absoluto de medalhas é incoerente porque deixamos de levar em
conta o tamanho da população de cada país, ou seja, a matéria prima
disponível. O importante é analisarmos a eficiência na utilização de
nossos recursos humanos, ou seja, o número de 'medalhas per capita'.
Usando os números das olimpíadas 2012, o Brasil aparece em 68o lugar, com uma medalha para cada 11,3 milhões de habitantes, número 50 vezes pior do que a Jamaica, que gera uma medalha para cada 230 mil habitantes.
Mesmo se usarmos um ranking convencional (escalonando por ouro, prata e bronze), o Brasil apareceria apenas em 53a colocação, com um ouro para cada 64 milhões de habitantes.
Como vimos, para aumentar o número de medalhas per capita, a política de investimento precisa ser mais inteligente, migrando de esportes coletivos para os individuais e nos quais um mesmo atleta possa gerar mais de uma medalha. Em 2012, por exemplo, o Brasil gastou 59 atletas para conquistar 17 medalhas (3,5 atletas para cada uma medalha conquistada) enquanto o Reino Unido gastou 100 atletas para conquistar 65 medalhas (cerca de 1,5 atletas para cada uma medalha), a mesma média da Jamaica (18 atletas, 12 medalhas). Investindo em ‘multimedalhistas’, os EUA conseguiram nada menos que 104 medalhas com apenas 100 atletas (precisaram de menos de um atleta para cada medalha conquistada).
Também mostramos que, no Brasil, ainda impera a supremacia branca nos esportes, o que ajuda a deixar de fora mais da metade da população.
Mas existe um outro problema no qual ainda não havíamos tocado: antes mesmo de pensarmos em uma política de investimento em esportes e sonharmos com a igualdade racial, precisamos ter pessoas capazes de praticarem esporte.
Com quase dois terços dos adultos (e um em cada quatro adolescentes) já sofrendo com o sobrepeso ou obesidade, e outros 4% da população desnutrida, estamos, na prática, limitando o espectro de potenciais atletas a menos da população do país.
E o caminho do combate à obesidade e à desnutrição não começam na boca: a cadeia alimentar começa com políticas alimentar e de saúde pública coerentes. Partindo do que financiar e plantar e chegando ao que servir, passando por amamentação, rotulação adequada de produtos, tributação em linha com o que se quer que o consumidor coma, merenda escolar, educação alimentar, criação de espaços públicos, transporte e segurança que possibilitem o acesso a esses locais etc. Ou teremos de nos contentar com o vaticínio de atingirmos, segundo o IBGE, o nível americano de obesidade na próxima década.
Somem-se a epidemia da obesidade, a desnutrição, a falta de uma política de investimento estratégico em esportes, a falta de estrutura e os problemas raciais, e é quase um milagre que o Brasil tenha voltado com 17 medalhas.
Usando os números das olimpíadas 2012, o Brasil aparece em 68o lugar, com uma medalha para cada 11,3 milhões de habitantes, número 50 vezes pior do que a Jamaica, que gera uma medalha para cada 230 mil habitantes.
Mesmo se usarmos um ranking convencional (escalonando por ouro, prata e bronze), o Brasil apareceria apenas em 53a colocação, com um ouro para cada 64 milhões de habitantes.
Como vimos, para aumentar o número de medalhas per capita, a política de investimento precisa ser mais inteligente, migrando de esportes coletivos para os individuais e nos quais um mesmo atleta possa gerar mais de uma medalha. Em 2012, por exemplo, o Brasil gastou 59 atletas para conquistar 17 medalhas (3,5 atletas para cada uma medalha conquistada) enquanto o Reino Unido gastou 100 atletas para conquistar 65 medalhas (cerca de 1,5 atletas para cada uma medalha), a mesma média da Jamaica (18 atletas, 12 medalhas). Investindo em ‘multimedalhistas’, os EUA conseguiram nada menos que 104 medalhas com apenas 100 atletas (precisaram de menos de um atleta para cada medalha conquistada).
Também mostramos que, no Brasil, ainda impera a supremacia branca nos esportes, o que ajuda a deixar de fora mais da metade da população.
Mas existe um outro problema no qual ainda não havíamos tocado: antes mesmo de pensarmos em uma política de investimento em esportes e sonharmos com a igualdade racial, precisamos ter pessoas capazes de praticarem esporte.
Com quase dois terços dos adultos (e um em cada quatro adolescentes) já sofrendo com o sobrepeso ou obesidade, e outros 4% da população desnutrida, estamos, na prática, limitando o espectro de potenciais atletas a menos da população do país.
E o caminho do combate à obesidade e à desnutrição não começam na boca: a cadeia alimentar começa com políticas alimentar e de saúde pública coerentes. Partindo do que financiar e plantar e chegando ao que servir, passando por amamentação, rotulação adequada de produtos, tributação em linha com o que se quer que o consumidor coma, merenda escolar, educação alimentar, criação de espaços públicos, transporte e segurança que possibilitem o acesso a esses locais etc. Ou teremos de nos contentar com o vaticínio de atingirmos, segundo o IBGE, o nível americano de obesidade na próxima década.
Somem-se a epidemia da obesidade, a desnutrição, a falta de uma política de investimento estratégico em esportes, a falta de estrutura e os problemas raciais, e é quase um milagre que o Brasil tenha voltado com 17 medalhas.
Fonte: para entender direito - blog
"TALVEZ COM A LIBERAÇÃO DAS DROGAS PELOS NOSSOS POLÍTICOS GENIAIS
O BRASIL MELHORARE SEU QUADRO DE MEDALHAS".
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