sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Lancet Culpa Homofobia por Crescente Epidemia do HIV

Dr. Stefano Gennarini
WASHINGTON, DC, EUA, 3 de agosto (C-FAM) Apesar de evidências médicas esmagadoras de que a AIDS está crescendo exponencialmente entre homossexuais por causa de riscos de comportamento, a amplamente lida revista médica Lancet está dizendo à classe médica que “a homofobia é um provocador chave” da crescente epidemia. E a Lancet está pedindo a descriminalização da conduta homossexual e a remoção de qualquer estigma e discriminação ligados à homossexualidade.
Numa série de documentos, “HIV in Men Who Have Sex with Men” (HIV em Homens que Fazem Sexo com Homens), a Lancet investiga profundamente as principais causas da pandemia de HIV entre homossexuais, analisando os riscos biológicos, comportamentais e estruturais que afetam homens que fazem sexo com homens.
A série foi apresentada num simpósio durante a conferência de AIDS de 2012 na semana passada em Washington D.C. apresentada pelo professor Chris Beyrer da Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins.
As descobertas dos documentos são contraditórias. Por um lado os documentos concluem que o problema é a homofobia, mas a evidência dos documentos demonstra que o problema é a conduta. Aliás, homossexuais ativos têm uma probabilidade dezoito vezes maior de se tornarem infectados com o HIV do que as pessoas em média. Além disso, os documentos tratam com detalhes como os estilos de vida homossexual têm correlação com muitas outras DSTs e outros riscos de saúde, inclusive uso de drogas e depressão.
Imenso progresso tem sido feito na redução da propagação do HIV, principalmente no mundo desenvolvido. Mas novas infecções do HIV estão ocorrendo predominantemente entre homens que fazem sexo com homens.
De acordo com os documentos, o risco de pegar uma infecção do HIV para homens que fazem sexo com outros homens é 1,4%. Os documentos da Lancet destacam os fatores conhecidos que agravam esse problema. Um grande agravamento é o risco biológico ligado ao sexo anal, pois o HIV é um vírus de origem intestinal. Um segundo risco é que os homossexuais possuem o que os especialistas de saúde chamam de “versatilidade de papéis sexuais”, que é a possibilidade de serem parceiros que tanto recebem quanto introduzem o vírus. Um risco adicional é a propensão dos homossexuais de levar um estilo de vida promíscuo que os expõe a mais riscos. Esses três fatores combinam para aumentar a rapidez e eficácia com que o HIV continua a se propagar entre homossexuais.
Esses riscos biológicos e comportamentais são tão elevados que ainda que todos os homossexuais ativos recebessem os melhores serviços de saúde disponíveis hoje seus índices de infecção baixariam apenas 25% durante os próximos 10 anos.
A novidade da série de documentos está no destaque de noções não-médicas e não-científicas como homofobia. Os especialistas de saúde afirmam que a homofobia é um provocador chave da pandemia do HIV entre os homossexuais, principalmente homossexuais negros. Mas embora os especialistas citem dados que mostrem como as leis e a cultura podem ser barreiras para o acesso de serviços e informações sobre o HIV, não há dados que mostrem que a expansão de direitos especiais para pessoas na base de suas preferências de sexo e identidade tenha tido algum efeito em seu índice de infecção do HIV, ou na saúde geral.
Apesar disso, os especialistas de saúde afirmam que o estigma e a discriminação por meio de leis, cultura, “hegemonia masculina”, e principalmente tradições religiosas, estão matando rapazes.
Tradução: www.juliosevero.com
Fonte: Friday Fax

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