WASHINGTON, DC, EUA, 3 de agosto
(C-FAM) Apesar de evidências médicas esmagadoras de que a AIDS está crescendo
exponencialmente entre homossexuais por causa de riscos de comportamento, a
amplamente lida revista médica Lancet
está dizendo à classe médica que “a homofobia é um provocador chave” da
crescente epidemia. E a Lancet está
pedindo a descriminalização da conduta homossexual e a remoção de qualquer
estigma e discriminação ligados à homossexualidade.
Numa série de documentos, “HIV
in Men Who Have Sex with Men”
(HIV em Homens que Fazem Sexo com Homens), a Lancet investiga profundamente as principais causas da pandemia de
HIV entre homossexuais, analisando os riscos biológicos, comportamentais e
estruturais que afetam homens que fazem sexo com homens.
A série foi apresentada num
simpósio durante a conferência de AIDS de 2012 na semana passada em Washington
D.C. apresentada pelo professor Chris Beyrer da Escola de Saúde Pública
Bloomberg da Universidade Johns Hopkins.
As descobertas dos documentos são
contraditórias. Por um lado os documentos concluem que o problema é a
homofobia, mas a evidência dos documentos demonstra que o problema é a conduta.
Aliás, homossexuais ativos têm uma probabilidade dezoito vezes maior de se
tornarem infectados com o HIV do que as pessoas em média. Além disso, os
documentos tratam com detalhes como os estilos de vida homossexual têm
correlação com muitas outras DSTs e outros riscos de saúde, inclusive uso de
drogas e depressão.
Imenso progresso tem sido feito na
redução da propagação do HIV, principalmente no mundo desenvolvido. Mas novas
infecções do HIV estão ocorrendo predominantemente entre homens que fazem sexo
com homens.
De acordo com os documentos, o
risco de pegar uma infecção do HIV para homens que fazem sexo com outros homens
é 1,4%. Os documentos da Lancet
destacam os fatores conhecidos que agravam esse problema. Um grande agravamento
é o risco biológico ligado ao sexo anal, pois o HIV é um vírus de origem
intestinal. Um segundo risco é que os homossexuais possuem o que os
especialistas de saúde chamam de “versatilidade de papéis sexuais”, que é a
possibilidade de serem parceiros que tanto recebem quanto introduzem o vírus.
Um risco adicional é a propensão dos homossexuais de levar um estilo de vida
promíscuo que os expõe a mais riscos. Esses três fatores combinam para aumentar
a rapidez e eficácia com que o HIV continua a se propagar entre homossexuais.
Esses riscos biológicos e
comportamentais são tão elevados que ainda que todos os homossexuais ativos
recebessem os melhores serviços de saúde disponíveis hoje seus índices de
infecção baixariam apenas 25% durante os próximos 10 anos.
A novidade da série de documentos
está no destaque de noções não-médicas e não-científicas como homofobia. Os
especialistas de saúde afirmam que a homofobia é um provocador chave da
pandemia do HIV entre os homossexuais, principalmente homossexuais negros. Mas
embora os especialistas citem dados que mostrem como as leis e a cultura podem
ser barreiras para o acesso de serviços e informações sobre o HIV, não há dados
que mostrem que a expansão de direitos especiais para pessoas na base de suas
preferências de sexo e identidade tenha tido algum efeito em seu índice de
infecção do HIV, ou na saúde geral.
Apesar disso, os especialistas de
saúde afirmam que o estigma e a discriminação por meio de leis, cultura,
“hegemonia masculina”, e principalmente tradições religiosas, estão matando
rapazes.
Tradução:
www.juliosevero.com
Fonte:
Friday
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